Haddad vai enviar ao Congresso proposta para tributar fundos dos super-ricos

0

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação de fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos super-ricos. Em entrevista ao site Metrópoles, ele afirmou que enviará a proposta ao Congresso Nacional em agosto, juntamente com o Orçamento de 2024. A ideia é aplicar o chamado “come-cotas”, que antecipa a cobrança do Imposto de Renda (IR) em determinados fundos de investimentos.

“Estamos falando de 2,4 mil fundos que envolvem patrimônio de R$ 800 bilhões”, afirmou Haddad. Ele classificou a não tributação dos super-ricos como “anacrônico”. “Ninguém está querendo tomar nada de ninguém. Estamos cobrando o rendimento desses fundos como qualquer trabalhador. Você recebe o salário, você paga o Imposto de Renda”.

Nesse sentido, ele ressaltou que a atual legislação “criou uma conta paradisíaca para essas 2.000 famílias”. “Não tem sentido uma pessoa que tem R$ 300 milhões de patrimônio rendendo, ou juros, ou aluguéis, ou dividendos, estar em um paraíso fiscal só dele”, disse o ministro.

Além da busca por mais justiça fiscal, a taxação dos fundos dos super-ricos também tem por objetivo ampliar a arrecadação. Desse modo, ele afirmou que a proposta de Orçamento que o governo deverá apresentar até 31 de agosto contará com “déficit primário igual a zero”, zerando as dívidas do governo para o ano que vem.

Juros

Na entrevista, Haddad também afirmou que se o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mantiver mais uma vez a taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano “vai surpreender o mundo, não só o Brasil”. O órgão responsável pela política monetária tem reunião marcada para a semana que vem.

Por outro lado, disse que tem poucas expectativas de que a Selic caia para menos de dois dígitos até o final do ano. Entretanto, o ministro espera que os juros básicos caiam para pelo menos 12% ao ano até o final de 2023, “em linha” com as previsões do mercado financeiro.

Lula candidato

Além disso, Haddad também defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja candidato à reeleição em 2026. “Grande parte das pessoas que eu conheço defende que o Lula seja candidato em 2026”, disse o ministro. No entanto, disse que Lula “às vezes oscila” em relação ao tema. “Vai chegando a hora, vai confluir para o nome dele. Ou pode acontecer o que aconteceu em 2010. O presidente Lula terá um candidato. Ele próprio ou alguém que ele indicar.”

Fonte: Rede Brasil Atual