GT de Saúde do Itaú debate programa Recomece

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O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú debateu na quinta-feira (5) o programa Recomece, voltado para todos os funcionários que estão aptos a voltar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um retorno gradual. A apresentação foi feita pela área de medicina ocupacional do banco.

Os trabalhadores que ficaram mais de 180 dias afastados entram no Recomece automaticamente e os que ficaram menos tempo só após indicação médica. A validade do programa é de 15 dias e pode ser ampliada para 30 dias. O acompanhamento é feito pelo banco, orientado por uma assistente social e um tutor, que pode ser o próprio gestor do trabalhador.

Coordenadora do GT de Saúde do Itaú, Luciana Duarte criticou a apresentação do programa, mesmo com as negociações em curso sobre o retorno ao trabalho previsto na cláusula 43 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. “O prazo foi reduzido de seis meses a um ano, como previsto CCT, para 15 a 30 dias no programa do banco. Nossa avaliação é que essa redução tem de ser sempre avaliada por um médico assistente”, pontuou.

Na avaliação de Luciana, os bancários, já sobrecarregados, além de se preocuparem com as metas absurdas, ainda terão uma responsabilidade a mais. “Antes era a medicina ocupacional do banco que fazia este acompanhamento. Somos favoráveis a uma gestão humanizada, mas isto também passa também por metas humanizadas”.

O GT entende que o programa poderá cumprir uma importante função em alguns casos. Porém, quando o afastamento for por doença relacionada ao trabalho, principalmente quando causado por problemas de gestão, ter a figura do gestor como responsável pela readaptação ou como tutor não é a melhor escolha.

Para a coordenadora do GT, o afastamento do trabalho é um momento traumático para o trabalhador, que tem que lidar com a doença e a insegurança. “O momento do retorno deverá ser feito com o objetivo de reinserir este trabalhador de forma gradativa, respeitando suas limitações e, principalmente, em ambiente livre dos problemas que ocasionaram seu adoecimento”.

Ao ser questionado por não ter procurado o movimento sindical para construção do Recomece, o Itaú informou que o programa está em construção e propôs um calendário para discussões.

“Precisamos que o Itaú entenda a necessidade e a importância dos sindicatos na construção do programa Recomece”, observa o diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Washington Henrique.

PDV

O GT também denunciou ao Itaú o assédio relatado pelos trabalhadores elegíveis ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). “Como o próprio nome diz, a adesão deveria ser voluntária. No entanto, há denúncias de constrangimento para a adesão”, afirmou Carlos Damarindo, membro do GT de Saúde. O banco informou que não concorda com tais práticas.

Da Redação com Contraf-CUT