Funcionários exigem melhorias na proposta do acordo de teletrabalho do BB

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O Sindicato avalia como insuficiente a proposta de teletrabalho apresentada pelo Banco do Brasil, em negociação ocorrida na tarde desta quarta-feira (11), e reivindica mudança.

Pela proposta, o banco fará a seleção do pessoal de acordo com a área e sua necessidade. Nesse sentido, colegas que estão em home office por causa da pandemia não necessariamente serão as mesmas que serão elegíveis para o teletrabalho pós-pandemia.

Construção da pauta

“Ao longo da campanha nacional, consulta realizada com mais de 11 mil colegas que estavam em teletrabalho apontou pontos importantes que foram reunidos na minuta de reivindicação entregue ao banco”, destaca Marianna Coelho, secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

“No caso específico dos bancários do BB, o interesse pela continuidade no regime do trabalho remoto no pós-pandemia, inclusive com prevalência do tempo, foi destaque. Na avaliação dos bancários, questões como implementação de ajuda de custo, cuidado com as metas abusivas e disponibilização de equipamentos, entre outras, foram questões destacadas”, relembra a dirigente.

Questão relevante para os trabalhadores do BB, a formulação de proposta para regulamentar o teletrabalho foi debatida nos congressos local e regional, além da própria Conferência Nacional, sendo pontuadas premissas para sua contratação pelos bancos.

“Nesse aspecto, o caráter voluntário de sua adesão pelos funcionários, a implementação simultânea de ajuda de custo, o controle de jornada, o direito à desconexão, são alguns dos pontos que condicionam o estabelecimento de uma proposta de acordo sobre o teletrabalho”, explica o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Kleytton afirma ainda que, pela proposta apresentada pelo banco, a ajuda de custo será oferecida somente a partir de julho de 2021 e para quem cumprir mais de 50% de sua jornada em teletrabalho, ou seja, três dias da semana. Cada funcionário nessa situação receberá R$ 80,00 por mês.

“Essa proposição do banco de não conceder ajuda de custo no ato da implementação do teletrabalho não é razoável, para não dizer outra coisa, visto os percentuais de eficiência e economia que a própria instituição tem alardeado com a implementação deste regime de trabalho. Não temos como aceitar,” pontuou o dirigente.

Equipamentos

A representação dos funcionários reivindicou e o banco aceitou fornecer computadores, cadeiras e equipamentos para quem está trabalhando em casa. “Como se trata de um banco público, entendemos a necessidade de se realizar um processo de licitação para a aquisição dos equipamentos e, por isso, entendemos que o banco só garanta o fornecimento a partir do segundo semestre de 2021”, observa Marianna Coelho.

A secretária de Juventude da Contraf-CUT e representante da entidade na mesa de negociações com o BB, Fernanda Lopes, lembra que, desde março, por se tratar de uma situação emergencial que teve como objetivo a manutenção da saúde e da vida dos funcionários e clientes, existem colegas trabalhando em casa. Porém, destaca a dirigente, o banco não forneceu nenhum equipamento para que o trabalho fosse realizado.

Outras reivindicações

Outra reivindicação apresentada ao banco é para que não haja aumento da cobrança pelo cumprimento de metas para os funcionários que estão em teletrabalho. “As metas não devem ser abusivas. Nem as cobranças pelo seu cumprimento, sob pena de adoecimento psíquico e outras questões já observadas”, destaca Marianna.

Cursos para gestores sobre teletrabalho e relações com os funcionários; regulamentação e acompanhamento da jornada; e direito à desconexão são outros pontos que estão em negociação.

As negociações sobre as reivindicações dos funcionários continuam na semana que vem.

Da Redação com Contraf-CUT