Funcionários do BB devem voltar ao trabalho presencial até 6 de junho

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Os 1276 funcionários do Banco do Brasil que estão em trabalho remoto emergencial por serem autodeclarados do grupo de risco da covid-19 devem voltar para o trabalho presencial até o dia 6 de junho. O início do processo de retorno acontece a partir desta segunda-feira (23).

“É necessário avançar nas negociações junto ao BB de forma a não penalizar as funcionárias e funcionários que possuíam comorbidades e também que foram adoecidos por todo o processo da pandemia. A compensação ou cobrança do banco de horas, em algumas situações, é humanamente impossível, pois acarretaria em vários meses sem salário. Precisamos lembrar que o maior adoecimento da categoria bancária é por causa de doenças psicológicas e/ou emocionais. Burnout, depressão, síndrome do pânico, ansiedade são algumas das doenças que mais acometem os bancários e bancárias na atualidades”, frisa a secretária de Mulheres, Zezé Furtado, representante do Sindicato na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). “Isso precisa ser considerado pelos gestores do banco, quando do retorno das pessoas que estão em TRE e também na cobrança de metas. Estamos vivendo uma conjuntura péssima, com o retorno da inflação, o alto endividamento da população brasileira, os juros crescendo absurdamente, e isso, somado a cobranças e ameaças de descomissionamento, tem levado muitos à desesperança e até ao suicídio”, acrescentou a dirigente.

O retorno ao trabalho presencial foi definido depois de o Governo Federal ter decretado o fim do Estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Com isso, também se encerra o Acordo Emergencial de Covid-19, que autorizou o trabalho em home office.

“A pandemia ainda não acabou. Inclusive as notícias são de que os casos vêm aumentando. Por isso, não concordamos com o fim do Estado de Emergência e, consequentemente, com o retorno do grupo de risco ao trabalho presencial. Mas o banco tinha estipulado que o retorno se daria já na próxima segunda-feira (23). Por isso, avaliamos que esta prorrogação é uma conquista importante para os trabalhadores que ficaram muito tempo trabalhando das suas casas e precisam de uma adaptação para esse retorno, principalmente os do grupo de risco, que necessitam de cuidados especiais”, comemorou o coordenador da Comissão de Empresa, João Fukunaga.

Horas negativas

O acordo coletivo emergencial do Banco do Brasil, aprovado pelos funcionários em junho de 2020, previa a anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar, com prazo de compensação de horas negativas de 18 meses. Caso não fossem pagas, os funcionários teriam essas horas descontadas do seu pagamento.

Nesta quinta-feira, o banco apresentou o quadro de funcionários que estão com horas negativas. “A pandemia durou um tempo maior do que o imaginável. Com isso, um grupo de trabalhadores acumulou um banco de horas negativas muito grande, impossível de ser compensado. Com os dados em mãos, nós vamos debater uma proposta para apresentar ao banco na próxima reunião”, disse a secretária da Mulher e representante da Contraf-CUT nas negociações com o Banco do Brasil, Fernanda Lopes.

Descomissionamento

O acordo coletivo emergencial também continha o compromisso do BB de não descomissionamento por desempenho enquanto durar a pandemia. Com o fim da Espin, o movimento sindical pede uma negociação para evitar esse movimento em massa. O assunto também volta a ser debatido na próxima reunião, que ficou marcada para a próxima terça-feira (24), às 10h.

Da Redação com Contraf-CUT