Frutos da luta na Caixa: 10% para todas as referências do PCS, aumento da PLR

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A colheita pode não ter sido abundante como desejavam os bancários da Caixa ao saírem a campo em busca de suas reivindicações, mas os frutos da campanha deste ano têm o sabor especial da luta.

A greve que durou 23 dias em Brasília e 15 nacionalmente fez com que os bancos saíssem da proposta de 7,5% de reajuste, à qual se agarravam com unhas e dentes, para o índice de 10% nos salários de quem ganha até R$ 2.500 e de 8,15% nos salários acima desse valor. O aumento real de parcos 0,35% subiu para 1% ou 2,85%, conforme a faixa salarial. Uma conquista que só poderia mesmo ter sido obtida pela força da mobilização nacional da categoria bancária.

Na Caixa, o reajuste de 10%, também por conta da pressão exercida pela greve, acabou prevalecendo para todas as referências do PCS e, inclusive, para o piso de mercado dos cargos em comissão da tabela TA1 a TA4. O piso da tabela do PCS (referência 201) passou de R$ 1.244 para R$ 1.369 e a última referência (248), de R$ 3.700 para R$ 4.070, mantendo o interstício.

Os bancos foram forçados também a melhorar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A regra básica que era de 80% do salário mais R$ 878 passou para 90% do salário mais R$ 966, com teto de R$ 6.301.  Além disso, os bancos que não atingirem 5% do lucro na distribuição pela regra básica, terão que subir o valor até 2,2 salários, com teto de R$ 13.862. No ano passado, o limite era de dois salários.

De acordo com estudo preliminar da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Sindicato dos Bancários de Brasília, o novo modelo de PLR – 90% da remuneração-base, acrescida de parcela fixa de R$ 966,00 – se traduzirá em acréscimos que variam entre 16,3% e 19,7% nos ganhos da categoria bancária.  

Há ainda a PLR adicional, que é calculada pela variação do crescimento do lucro. Na Caixa, o valor a ser pago será de no mínimo R$ 1.320, podendo chegar a R$ 1.980.

A Caixa comprometeu-se a pagar a primeira parcela da PLR (50%) nesta sexta-feira 31 de outubro, após a assinatura do acordo.

Implantação do PCC

A exemplo do que ocorreu na campanha anterior, de 2007, quando os empregados da Caixa de todo o país foram à greve e garantiram a criação de um novo plano de cargos e salários (PCS), este ano a luta produziu outro importante avanço para a moder-nização da estrutura profissional da empresa. Será implantado até dezembro de 2009 o plano de cargos e comissões (PCC), chamado pela Caixa de Plano de Funções Comissionadas (PFC).

O projeto será discutido nos fóruns do movimento dos empregados e na mesa de negociação permanente com a empresa até 30 de junho. Depois desse período, terá início o processo de implantação.

Benefícios

Auxílio-refeição: R$ 15,92 (R$ 350,24 no mês)
Cesta-alimentação: R$ 272,93
13ª cesta-alimentação: R$ 272,93
Auxílio-creche/babá: R$ 196,18
Auxílio funeral: Duas vezes a remuneração base
Indenização por assalto/sinistro: R$ 95.165,00