Fetec-CUT/CN participa da 4ª Conferência Nacional dos Financiários com representantes de 8 Estados

Encontro virtual desta quarta 11 discutiu emprego, remuneração, condições de trabalho e como se organizar para fortalecer a representação

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Se organizar como categoria para resistir à retirada de direitos. Essa foi a definição da 4ª Conferência Nacional dos Financiários, realizada na tarde desta quarta-feira (11), em formato eletrônico. A programação contou com debates sobre remuneração, emprego e condições de trabalho. A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) participou com representantes dos financiários de oito Estados da sua base.

“A conferência buscou, junto com suas federações e sindicatos filiados, mapear detalhadamente o perfil da categoria. Com complemento de informações mais técnicas, podemos perceber ainda mais as características dos trabalhadores das Sociedades de Crédito Financiamento e Investimentos”. Afirma Talita Régia, secretária de Organização do Ramo Financeiro da Fetec-CUT, que participou do encontro.

“A conferência também identificou a necessidade de dialogar com outros trabalhadores desse segmento, para que possamos juntos ampliar e fortalecer mecanismos de negociações e melhorias na sua realidade laboral”, acrescenta Talita.

Para Jair Alves, coordenador da Comissão de Negociação com as financeiras, “apesar de não ter negociação este ano, precisamos iniciar a preparação desde já para a negociação do próximo ano, que promete ser muito difícil”.

Para Gustavo Tabatinga Jr, secretário-geral Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (contraf-CUT), a atividade das financeiras foi uma das mais impactadas pela pandemia. “Com a redução da atividade econômica em 2020, a gente viu um ataque aos trabalhadores deste setor, com a redução de postos de trabalho. É um desafio diferente, enquanto outras categorias foram incluídas como serviço essencial, as financeiras não foram incluídas neste aspecto, o que permitiu que as empresas reduzissem o número de vagas. Nosso desafio maior é organizar esses trabalhadores. Pois ainda temos um patamar muito embrionário de representação nesta categoria. Algumas financeiras onde tínhamos um trabalho muito bem desenvolvido viraram bancos e agora temos uma busca dos patrões em mexer nos direitos que historicamente conquistamos”, afirmou o secretário-geral da Contraf-CUT.

E conclui Talita: “A conferência exerceu o papel de instrumento na organização das trabalhadoras e trabalhadores de financeiras. Na atual conjuntura de nosso país, onde nossos direitos e nossa democracia estão sofrendo ataques diários, espaços de mapeamento, formulação e construção de unidade nas categorias profissionais e no conjunto da classe trabalhadora são fundamentais para fortalecer nossa luta contra os usurpadores e golpistas”.

Saúde e condições de trabalh

Saúde do trabalhador foi o tema da primeira mesa do evento. “Saúde sempre foi muito importante para o movimento sindical. Com a pandemia, ganhou ainda mais importância”, afirmou o palestrante Mauro Salles, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. O secretário revelou preocupação com os trabalhadores que ficaram com sequelas da Covid. “Sabemos que a maioria dos trabalhadores que tiveram Covid-19 tem sequela. Isso nos preocupa muito, tem que ser monitorado e as financeiras têm responsabilidade. Imagine você trabalhar com excesso de sono, cansado, falta de memória, dificuldades de cognição. Isso vai atrapalhar seu desempenho, vai impedir de bater as metas”, afirmou. “Nós temos que negociar com as financeiras os direitos de tratamentos, cuidados especiais para esse tipo de trabalhador”, completou Mauro Salles.

Na sequência, a economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Catia Uehara, fez uma apresentação dos dados de emprego e remuneração do setor.

O Banco Central brasileiro tem 59 financeiras registradas. Juntas, elas tiveram mais de 2 bilhões de lucro em 2020. Apesar do valor chamar atenção, representa queda de 44,5% na comparação com 2019.

Rosângela Vieira, também economista da subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários de São Paulo, completou a apresentação com dados sobre o número de estabelecimentos no Brasil.

Antes de apresentação das propostas regionais, Cynthia Valente, assessora jurídica do Sindicato dos Bancários de São Paulo, fez uma retrospectiva sobre as negociações com a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi).

Ao final, os delegados aprovaram a pauta específica de reivindicações dos financiários, que será encaminhada à Fenacrefi.

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT