Fetec/CN discute problemas com Bradesco

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Após diversas tentativas da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec/CUT-CN), a direção do Bradesco, pela primeira vez, debateu os problemas que mais afligem os trabalhadores do banco. Na reunião que aconteceu na quinta-feira, 3, na sede da Fetec/CN, em Cuiabá, o diretor de Recursos Humanos e Relações Sindicais do Bradesco, Geraldo Grando, ouviu dos participantes o relato de situações que têm se repetido nas agências do banco nos Estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima, Distrito Federal, Pará, Amapá e das cidades de Rondonópolis (MT) e Região Sul e de Dourados (MS) e Região.

Dentre os pontos apresentados ao representante do banco, está o Plano de Saúde Bradesco, que tem pouca cobertura e abrangência nesses estados. “O dirigente do Bradesco se comprometeu em levar à direção do Bradesco essa situação e também afirmou dar respostas ao movimento sindical”, ressalta o secretário de Finanças e Administração da Fetec/CN e bancário do Bradesco, José Avelino. Ele representou Brasília na reunião em Cuiabá.

Em relação às denúncias de que o banco estaria forçando os funcionários, a realizar transporte de valores e numerários, em especial os bancários dos Postos de Atendimento Avançados (PAA), onde geralmente apenas um único funcionário atua, o diretor de Relações Sindicais do Bradesco garantiu não ter conhecimento dessa prática e que o banco dará respostas sobre essas denúncias.

As dificuldades para emissão dos Comunicados de Acidentes de Trabalho (CAT), também foram discutidas, já que é comum essa demora por parte do banco, que afirmou que o comunicado deve ser sempre emitido, sempre que necessário. “Mas as dificuldades no Bradesco não estão apenas na emissão das CATs. Também é difícil para o movimento sindical realizar reuniões nas agências, pois sempre encontra resistência por parte dos gestores, que insistem em não permitir esse tipo de acesso e ligação direta com os trabalhadores”, explica Márcio Teixeira, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco.

Assédio Moral

Outro assunto discutido na reunião foram os casos de assédio moral no Bradesco. “Mesmo que a direção do banco diga que ela não existe, sabemos que ela é real e precisa ser corrigida. O banco precisa mudar essa situação”, diz Garcia Rocha, secretário Sociocultural do Sindicato e funcionário do Bradesco. Também sobre esse ponto, Geraldo Grando afirmou que o Bradesco não orienta essa prática.

Programa Treinet

Sobre o programa de treinamento dos funcionários do Bradesco, conhecido como Treinet, o diretor afirmou que será necessário reorientar os gestores, já que foi levado ao conhecimento do representante do banco que os trabalhadores não estão podendo realizar o treinamento durante o período de trabalho. Conforme Geraldo Grando, a determinação é que os cursos sejam feitos dentro da jornada de trabalho e com os equipamentos da própria instituição e não em casa, conforme as denúncias levadas pelos dirigentes sindicais. “O Sindicato estará alerta e os bancários devem denunciar à entidade sempre que houver pressão de gestores para que o curso seja feito fora da jornada e do local de trabalho”, esclarece Márcio Teixeira.

Movimento Sindical

Na opinião de José Avelino, a reunião foi proveitosa e elencou uma série de fatores que têm contribuído com o desgaste dos funcionários do Bradesco. “A iniciativa do banco foi positiva, já que o movimento sindical sempre buscou esse tipo de diálogo. Agora, esperamos ações concretas e capazes de estabelecer um melhor relacionamento entre o Bradesco, os funcionários e os sindicatos”, define.

Reunião da COE

No próximo dia 16 de abril (quarta-feira) haverá reunião da Comissão de Organização dos Empregados Bradesco da Contraf/CUT (COE Bradesco), em São Paulo, para debater o auxílio-educação. José Avelino representará os bancários de Brasília.