Fenaban recua na retirada de direitos, mas insiste em reajuste zero com abono em 2020

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Proposta ainda não contempla reivindicação da categoria. Negociações prosseguem nesta quinta e Sindicato realiza assembleia geral às 19h30

As demonstrações de resistência e disposição de luta da categoria bancária levaram os bancos a recuarem no ataque aos direitos dos trabalhadores e a reformularem a proposta de reajuste salarial.

Na rodada de negociação desta quarta-feira (26), já durante a noite, a Fenaban concordou em preservar todas as conquistas consagradas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), incluindo o modelo e as regras da PLR. A representação dos bancos reformulou a proposta de reajuste salarial, mas mantendo o reajuste zero com abono em 2020. Para 2021, assegurou reajuste pelo INPC, parceladamente – 70% e 30%.

O Comando Nacional reforçou o protesto contra o rebaixamento salarial que os bancos querem impor, lembrando que os resultados produzidos pelos bancários e bancárias seguem excelentes, a despeito das graves crises sanitária e econômica que o Brasil e o mundo atravessam.

“Os bancos insistem em achatar o já arrochado salário de quem trabalha em condições longe do ideal, sob pressão permanente por cumprimento de metas, para garantir resultados que ofereçam dividendos cada vez mais expressivos aos seus acionistas. Não há reconhecimento ao trabalho realizado com competência e muito esforço pelos bancários e bancárias”, diz o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

As negociações prosseguem nesta quinta-feira. O Sindicato realiza assembleia geral às 19h30.

Proposta de acordo de dois anos:

Cláusulas econômicas

A) 2020 – reajuste zero com abono de R$ 1.656,22;

B) 2021 – propõe 70% de reajuste do INPC aplicado sobre as verbas a partir de 1º de setembro de 2021 e os 30% para composição da inflação a partir de fevereiro;

PLR – Manutenção da regra vigente na CCT 2018/2020, com as mesmas condições vigentes. Na negociação de hoje, os bancos recuaram nos pontos que reduziam o percentual de 2,2% para 2,0% da parcela adicional e do acelerador da regra básica da PLR e retiraram o limitador do valor que poderiam gastar com PLR, mantendo o mesmo percentual distribuído em 2019.

Exclui do texto da PLR a expressão “deverão” no caso de compensação dos programas próprios de PLR, mantendo a redação vigente na CCT 2018/2020;

Cláusulas de saúde

Em relação às cláusulas de saúde, recuam e mantêm a redação atual das cláusulas 29 e 57 da CCT.

Desistem de reduzir de 120 para 90 dias o período de pagamento de benefício emergencial de salário pelos bancos para os funcionários, enquanto o bancário recorre de alta indevida pelo INSS.

Outra cláusula da CCT que a Fenaban queria mudar é a que regula a complementação salarial em caso de afastamento para tratamento quando o benefício é menor que o salário. A proposta anterior colocava carência de 12 meses entre um afastamento e outro, para que seja pago a complementação (retornando ao trabalho).

O presidente do Sindicato reforça a importância da mobilização e convoca a categoria para intensificar a atuação nas redes sociais nesta quinta-feira. “Vamos manter a pressão para garantirmos uma proposta decente”, enfatizou Kleytton.

Da Redação