Entidades cobram responsabilidade de super-ricos por trás de tragédias

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Braskem em Alagoas; Enel em São Paulo; e Vale em Minas. Nada atinge super-ricos enquanto povo sofre, inclusive, com alta tributação

Divulgação/Corpo de Bombeiros-MG

O Brasil é figura constante nas listas de países mais desiguais do mundo. As injustiças sociais contam com o apoio de um sistema tributário regressivo, que cobra mais impostos de pobres do que ricos. Enquanto isso, lucros absurdos da parcela mais rica convivem com a irresponsabilidade desta parcela dos brasileiros. A cada tragédia que o país passa estes fatos ficam mais evidentes. Por isso, crescem as mobilizações por uma reforma tributária que cobre a responsabilidade dos super-ricos.

Maceió vive uma tragédia causada pela mineração da Braskem. Cerca de 60 mil pessoas retiradas de 14 mil imóveis numa área na iminência de colapso. E se essa tragédia tivesse como responsável uma empresa pública? Não é o caso. Mais uma vez, o setor privado suga a vida, o bairro, a cidade, o sonho de milhares.

Mais uma vez, repetindo outros casos como os rompimentos de barragens de Mariana e Brumadinho, das empresas Samarco, BHP Billington e Vale. Ou mesmo de fraudes históricas de grupos controladores de empresas como a Americanas, que conta com investimento massivo de nomes como Jorge Paulo Lemann, há anos um dos homens mais ricos do Brasil.

“É crise climática? Não! É ganância! E dá-lhe licenciamento ambiental na pressão! Dragam vidas, lugares, sonhos. Desde 1970, movimentos sociais contestavam a mineração em Maceió. A repressão da ditadura abafou os protestos. A Braskem recebeu milhões de dinheiro público na época via BNDES, para operar no clima desenvolvimentista a qualquer preço”, afirma a campanha pela taxação dos super-ricos, formada por mais de 70 entidades brasileiras, entre elas, organizações sindicais e não governamentais.

Escândalos dos super-ricos

Para os responsáveis, acordos com o Estado, recuperações judiciais e abundância de crédito. Para os pobres, vítimas destas empresas, nada. “Esta semana demitiram 5.500 funcionários das Americanas. Resultado do maior escândalo financeiro cometido por ricaços, um deles o mais super-rico do Brasil! Uma Black Friday que liquidou empregos”, lembram as entidades. Quando a responsabilidade objetiva pelas tragédias do Brasil reverterão em cumprimento de obrigações de fato para reparar os danos?

“Tudo tem subsídio, isenção fiscal, conivência do poder público de todas as esferas que liberam licenciamentos atropelando alertas! Tem prisões, protesto, punição, prevenção para novas tragédias?”, questiona a campanha.

Enquanto isso, parte dos políticos segue cumprindo o papel exclusivo de privilegiar os super-ricos em detrimento da população. É o caso da Sabesp, companhia de água e saneamento de São Paulo, que é alvo de uma sanha privatista apressada e impensada do governador bolsonarista Tarcísio de Freiras (Republicanos). Mais uma empresa que deixará de privilegiar o serviço público e voltará os olhos apenas ao enriquecimento sem limites dos sócios? As entidades defendem que sim.

“Privatiza que resolve? A Vale foi privatizada, leva nosso minério na barbada com a vida junto. A energia foi privatizada pela Enel, em São Paulo e deixou o povo no escuro! E agora a Sabesp. Ficamos com a tragédia enquanto os super-ricos ficam com o dinheiro. Por que tributar mais quem tem mais e é isento ou subtributado? Porque a gente tá pagando essa riqueza com a nossa vida”, completam.

Fonte: Rede Brasil Atual