Empregados fazem Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa

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Queremos Saúde Caixa! Esse foi o mote que mobilizou nesta terça-feira 17 empregados e empregadas da Caixa em todo o país, numa resposta à postura intransigente da direção do banco nas negociações em torno da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho sobre o plano de saúde, que vence no final deste ano.

Vestindo branco, atendendo à convocação do movimento sindical para o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, os trabalhadores protestaram nos locais de trabalho e também nas redes, em um tuitaço pela manhã em que fizeram postagens com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa.

Em Brasília, o Sindicato realizou ato em frente ao edifício Matriz 1, sede do banco, onde fez a distribuição de material temático e conversou com bancários, tirando dúvidas e chamando para a plenária híbrida que a entidade realiza hoje à noite, em sua sede (EQS 314/315 – Asa Sul), a partir das 19h.

“Neste momento de reconstrução não só do país, mas também da própria empresa, é necessário que a direção da Caixa respeite seus trabalhadores e invista em melhores condições de trabalho, bem como no nosso plano de saúde”, cobrou Fabiana Uehara, que é empregada da Caixa e coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), além de secretária de Imprensa do Sindicato.

“O Saúde Caixa precisa ser uma política de RH dessa empresa – isso valoriza os empregados. E quando falamos em valorizar os empregados, estamos falando também dos que estão aposentados. Ter uma perspectiva de um déficit de R$ 355 milhões [no plano de saúde] a ser pago somente pelos empregados não é valorizá-los”.

Marlene Dias, aposentada da Caixa e diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), destacou que “solidariedade e mutualismo são fatores preponderantes do pacto do Saúde Caixa. Por isso, o banco não pode agora se eximir da sua responsabilidade e jogá-la principalmente no colo dos aposentados. Já estamos sendo massacrados por pagar uma equalização”.

A secretária de Mulheres da Fetec-CUT/CN, Elis Regina, empregada da Caixa, assegura que as mudanças que o banco quer implementar vão tornar o plano inviável para os trabalhadores. “Não aceitaremos retrocessos, como pagar as despesas administrativas, por exemplo, pois essa é uma responsabilidade da empresa. Também não aceitaremos o teto de custeio da empresa de 6,5%”.

“É muito injusto uma empresa pública que lucrou R$ 4 bilhões [no 1º semestre] querer tirar dos trabalhadores e trabalhadoras, que geram a riqueza dessa empresa. Se a Caixa está aí erguida para servir ao povo brasileiro, é graças ao trabalho coletivo dos empregados”, disparou Rafael Guimarães, diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil.

Juliano Braga, diretor da Federação Centro Norte e bancário do Bradesco, complementou: “É de se admirar que um banco público da envergadura e da importância nacional da Caixa resolva mudar a regra no meio do jogo e passe a ignorar toda uma questão social que envolve um plano de saúde como o Saúde Caixa. Estaremos aqui no dia a dia denunciando esse tipo de postura”.

Cardoso, vice-presidente da Fenae, ressaltou que o Saúde Caixa é uma conquista dos empregados. “Esse plano de saúde não foi dado, foi conquistado. É um plano de autogestão administrado pela Caixa, que é quem tem que pagar essa conta [o déficit]”, afirmou, lembrando das premissas básicas do plano.

Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato e conselheiro deliberativo da Saúde BRB, chamou a atenção dos bancários para a importância do tema. “Trata-se de um assunto ao qual os trabalhadores precisam estar atentos, porque os reflexos na vida de vocês podem ser terríveis. Nossa categoria é uma categoria que sofre muito risco de adoecimento psicológico. Já pensou ter que pagar atendimento psicológico, por exemplo, na rede privada, quanto seria? E pagar uma cirurgia?”, questionou ele.

Diretora da Fetec-CUT/CN e bancária do BB, Rejane Ferreira chamou todos os bancários à luta. “Vamos todos nos mobilizar em defesa do plano de saúde de todos os bancos. É uma conquista que nós e nossos familiares temos e que precisa ser valorizada”.

Marconi Apolo, presidente da Fenag, resumiu: “Esse é um assunto muito importante e que precisa ser discutido por todos”.

Entenda o entrave nas negociações

A Caixa se mantém irredutível em seu posicionamento de limitar suas contribuições para o custeio do plano no percentual fixado pelo estatuto da empresa, de 6,5% da folha de pagamento, o que acarretaria um aumento médio de 85% nas contribuições feitas pelos empregados, o principal entrave das negociações.

Soma-se a isso o fato de que a área de pessoas da Caixa ainda não repassou aos representantes dos empregados, no grupo de trabalho (GT) criado para debater o tema, os dados necessários para a elaboração do estudo atuarial que será utilizado pela consultoria contratada pelas entidades.

Além do fim do teto, os empregados reivindicam a manutenção dos 70/30 da coparticipação (70% para a Caixa e 30% para os empregados); a permanência dos princípios da solidariedade e do pacto intergeracional; Saúde Caixa para todos; e a melhoria e ampliação da rede credenciada.

Um novo protesto está marcado para o dia 30 de outubro.

Da Redação