Empregados da Caixa intensificam mobilização pelo PCS

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Sindicato convoca empregados da Caixa para a mobilização pelo PCS, em ato no edifício Matriz I, no dia 4 de junho

A recusa da Caixa em avançar nas negociações sobre o PCS injetou mais combustível na mobilização dos empregados. A indignação começa a tomar conta dos locais de trabalho e o propósito do Sindicato é fazer com que ela se expresse com força total até 26 de junho, quando será realizada a assembléia de avaliação do resultado das conversas com a empresa.


Alexandre Severo, secretário de Saúde do Sindicato e empregado da Caixa, cobra melhorias no PCS  

O Dia Nacional de Luta pelos PCS, em 4 de junho, aqueceu as entidades sindicais e os empregados pelo país afora. O sindicato foi para as agências discutir as questões que estão em negociação e protestar contra a intransigência da empresa. As manifestações nos locais de trabalho serão intensificadas.


Marlene Dias (à direita, de bolsa preta), diretora da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte e aposentada da Caixa, distribui jornal sobre o Dia Nacional de Luta
  

Na rodada de negociação que ocorreu no dia três, a Caixa negou atendimento às principais reivindicações contidas na contraproposta da plenária realizada em maio com representante de entidades sindicais de todo o país. Foi recusada a unificação da tabela salarial em 36 níveis e a concessão de um nível para cada dois anos que o empregado ficou estagnado na carreira, sem promoção por merecimento. Também foi negado estabelecimento da política de promoção por merecimento com um a dois níveis a cada ano, sem vinculação a percentual da folha de pagamento.

A empresa insiste em um PCS com tabela de 72 níveis e nega o direito de migração para a nova tabela a participantes do REG/Repan não-saldado da Funcef. Para o sindicato, a tabela com grande quantidade de níveis seria a repetição de uma fórmula comprovadamente inadequada e prejudicial aos trabalhadores, sobretudo por reduzir substancialmente a possibilidade de e o empregado atingir o topo da carreira. Quanto à vinculação a plano de beneficio da Funcef, trata-se de uma medida discriminatória e ilegal, que precisa ser abandonada pela empresa.

A próxima rodada de negociação entre as representações dos empregados e a direção da Caixa será dia 17 de junho, em São Paulo.

O que os bancários querem

  • Tabela unificada com 36 níveis;
  •  Piso de R$ 1.244,00;
  • Teto e R$ 3.700,00;
  • Interstício: 3,1632894%;
  • De um a dois deltas de promoção por merecimento, a cada ano; 
  • Não-vinculação de promoção a cumprimento de metas individuais
  • Concessão, após a migração, de um delta para cada dois anos (ou fração superior a 12 meses) ao empregado que ficou estagnado na carreira, em compensação ao tempo que não houve promoção por merecimento. 
  • Criação de comissão mista para a elaboração e o acompanhamento do processo de avaliação por mérito;
  • Criação de instrumentos que permitam avaliação objetiva e subjetiva, como forma de compor os critérios para a progressão na carreira;
  • Avaliação cruzada entre gestores e empregados – a unidade escolhe um critério próprio, além de outros pré-estabelecidos;
  • Possibilidade de migração dos técnicos bancários superiores;
  • Recusa a limite orçamentário para a concessão de promoções por merecimento (a Caixa propôs limite de 1% da folha de pagamento);
  • Recusa à vinculação do PCS aos planos de benefícios da Funcef.  

A proposta da Caixa

  • Tabela unificada com 72 níveis;
  • Piso de R$ 1.244,00;
  • Teto de R$ 3.700,00;
  • Interstício de 1,5470547%
  •  Pagamento de R$ 34,90, para os que ganhavam mais de R$ 1.500 em setembro de 2004, antes de migrar para a nova tabela;
  • Enquadramento por aproximação salarial;
  • Retomada da promoção por merecimento com critérios definidos em negociação;
  • Possibilidade de migração dos técnicos bancários superiores;
  • Obrigatoriedade de desistência de ações e direitos colidentes, a serem definidos em negociação;
  • Obrigatoriedade de não estar o empregado nos planos de benefício da Funcef Reg ou Replan.

Outras reivindicações

Representações dos empregados cobram respostas para várias outras reivindicações. Na última rodada de negociação foi entregue à empresa documento no qual são destacados os seguintes assuntos:

  • Saúde Caixa;
  • RH 022 (disciplina a concessão ou destituição de cargos comissionados);
  • Flexibilização de horário para os empregados com filhos deficientes e que tenham necessidade de algum atendimento especial;
  • Auxílio cesta-alimentação para aposentados e pensionistas;
  • Dívidas da Caixa para com a Funcef (a exemplo da incorporação dos contribuintes da Prevhab – fundo de previdência do antigo BNH);
  • Participação na gestão com eleição de representantes dos empregados no Conselho de Administração e no Conselho Diretor;
  • Contratação de novos empregados e processo de substituição dos terceirizados;
  • Melhoria do atendimento.