Emir Sader participa do debate sobre conjuntura

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Emir Sader deu uma verdadeira aula sobre conjuntura política e econômica no Brasil e no mundo, que segundo ele vive um período de instabilidade e de contradições nas três esferas que ele julga as mais importantes hoje: a político-militar, a econômica e a da “palavra” — como ele resume a grande indústria das mídias, que tem “a força de vender idéias”.

A análise da conjuntura econômica e política, realizada no sábado, terceiro dia da Conferência, teve a participação do senador Aloísio Mercadante, do presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, e do sociólogo Emir Sader, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Mercadante destacou a importância histórica dos bancários na luta dos trabalhadores brasileiros e ressaltou a importância dos bancos públicos no incentivo ao desenvolvimento do Brasil e na distribuição de renda.

O sociólogo Emir Sader deu uma verdadeira aula sobre conjuntura política e econômica no Brasil e no mundo, que segundo ele vive um período de instabilidade e de contradições nas três esferas que ele julga as mais importantes hoje: a político-militar, a econômica e a da “palavra” — como ele resume a grande indústria das mídias, que tem “a força de vender idéias”.

Na esfera político-militar, segundo o sociólogo, o império norte-americano é cada vez mais questionado, mas não foi criada nenhuma alternativa a ele. No campo econômico, embora o capitalismo tenha se esgotado, incapaz de solucionar os grandes problemas da humanidade, tampouco existe alternativa viável hoje. Emir Sader enxerga uma única novidade na geopolítica mundial: a integração regional da América do Sul à margem da hegemonia norte-americana.

“O nosso grande desafio hoje é criar uma força social antineoliberal, para fazer frente às maiores pragas no neoliberalismo, que são a financeirização da economia e a precarização do trabalho”, propôs o professor da Uerj, colunista do site www.cartamaior.com.br.  

‘Brasil vive grande luta de classes’

Em relação às eleições de outubro, Sader declarou seu voto em Lula e disse que os ataques que o PT vêm sofrendo mostram que o governo não agrada à direita. “Os pobres estão com o Lula. Ao contrário do PSDB, que ficou oito anos no governo federal e é rejeitado pelos pobres”, disse.
  

Ele defendeu a união das esquerdas brasileiras num segundo mandato de Lula e exortou os sindicalistas a lutarem muito em defesa dos trabalhadores. “Não tem sentido eleger um governo de esquerda se não for para lutar por justiça social. Porque hoje o Brasil está vivendo uma grande luta de classes”, afirmou. Emir Sader também ressaltou a importância da criação da Contraf-CUT. “Vocês estão inseridos num lugar fundamental e estratégico, que é o Sistema Financeiro Nacional. E vocês têm capacidade para resistir e lutar muito contra os poderosos donos do capital financeiro”.
  

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a organização da Contraf-CUT mostra que o movimento sindical tem muito o que se espelhar nos trabalhadores do ramo financeiro.