Em reunião com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), na tarde desta quarta-feira (8), o Sindicato cobrou a revogação do decreto baixado pelo chefe do executivo local na noite desta terça-feira (7) que permite a reabertura das agências bancárias. Embora a reivindicação tenha sido negada, Ibaneis concordou com a proposta de criação de um comitê de crise formado pelo Sindicato e o gabinete do governador para acompanhar os desdobramentos da pandemia do novo coronavírus, de modo a tomar medidas em tempo ágil para evitar aglomerações nas agências, contribuindo para barrar os riscos de contaminação.
“Abrimos a reunião insistindo com o governador que o decreto anterior (40.583) era abrangente o suficiente para atender as excepcionalidades dos casos das pessoas que necessitam de atendimento presencial nesse momento. O governador, contudo, informou que a sua decisão estava respaldada em dados e monitoramentos da realidade apresentados por órgãos do governo”, explica o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, respondendo que essa procura por atendimento presencial neste momento se dava mais em função de desinformação do que de atendimento bancário real.
A reunião – da qual participaram o líder do governo na Câmara Legislativa, deputado Claudio Abrantes (PDT), Valdetário Andrade Monteiro, chefe da Casa Civil; André Clemente, secretário de Economia; e o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa – foi realizada a pedido do Sindicato, que levou ao governador imagens e vídeos dando conta das aglomerações registradas em diversas agências durante a manhã desta quarta em função da grande procura da população pelo pagamento do programa renda básica emergencial anunciada pelo governo federal.
Preocupado em evitar a sobrecarga do atendimento das agências, sobretudo nas regiões administrativas, outra medida reivindicada pelo Sindicato com a qual o governador se comprometeu é a descentralização do atendimento, por meio da implementação de estrutura – fora das agências, como CAICs e ginásios de esportes, por exemplo, que possuem locais amplos e que, assim, contribuem para mitigar os riscos de contágio da covid-19. ”Isso se faz necessário porque nas demais regiões administrativas do DF há uma insuficiência da rede bancária”, justifica o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.
O GDF atendeu ao Sindicato e assumiu também o compromisso de criar uma campanha de mídia dirigida à população. O objetivo é disseminar informação e evitar que os beneficiários busquem desnecessariamente atendimento nas agências.
Durante a reunião o governador adiantou que também enviará à Câmara Legislativa do DF proposta de instituição de auxílio emergencial, atendendo cerca de 28 mil pessoas de baixa renda.
O governador se prontificou ainda a abrir um canal de comunicação direta entre o Sindicato e a Polícia Civil e o DF Legal (antiga Agefis) para apuração de denúncias. O objetivo é assegurar fiscalização das agências, lotéricas e cooperativas para garantir o cumprimento do novo decreto, evitando assim aglomerações e descumprimento dos protocolos de proteção à saúde que constam da determinação do GDF.
Renato Alves
Do Seeb Brasília