Em negociação, Caixa apresenta proposta indecente para retorno de designações de funções de caixa e tesoureiro

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Arte: Contraf-CUT

Em rodada de negociação da mesa permanente, realizada de forma remota nesta quinta-feira (28), a Caixa Econômica Federal apresentou à Comissão Executiva dos Empregados (CEE) do banco proposta para retomar as designações de funções de caixa e tesoureiro, conforme desdobramento do Grupo de Trabalho (GT) que tratava do tema.

Apesar de considerar um avanço o fato de a Caixa levar uma proposta para as reivindicações debatidas no âmbito do GT, a CEE/Caixa avalia que muitos pontos precisam melhorar.

Para os tesoureiros em específico, a proposta do banco prevê migração automática da jornada de 8 horas para 6 horas, com redução proporcional de salário, além da oferta de CCV/CCP (comissões de conciliação voluntária).

Para retorno das designações efetivas de caixa e tesoureiro, o banco propôs negociação da parcela de “quebra de caixa” somente para aqueles que não recebiam gratificação da função. Previsto em normativo interno, o adicional foi extinto ilegalmente, prejudicando milhares de empregados que lidam com numerários. A Caixa oferece também a possibilidade de acordos via CCP/CCV àqueles que não têm ação na justiça cobrando o pagamento de “quebra de caixa”.

Proposta apresentada pela Caixa

“Primeiro que esta Comissão não vai abrir mão de direitos dos colegas. Queremos, sim, avançar na questão das designações. Contudo, entre outros pontos, sem comprometer inclusive as ações judiciais, sejam elas individuais e/ou coletivas das entidades. Além disso, não aceitamos migração compulsória da jornada de 8 horas para 6 horas dos tesoureiros. Já negamos em mesa essa migração automática. Afinal, há toda uma organização de vida pessoal baseado em cima do salário”, critica Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/Caixa.

E reforça: “Para a negociação avançar além desses pontos de atenção já colocados, necessitamos de dados. Quantos colegas têm função de caixa efetivo? E de tesoureiro? Quantos estão designados por prazo? Quantos colegas exercem a atividade minuto? Tempo integral, parcial? Cobramos também que, caso a proposta avance, os colegas que exercem a atividade minuto ou têm designação por prazo têm que ser efetivados sem necessidade de PSI, até porque fazem o trabalho. E quantos seriam já designados? Pelo menos 500 já seria um começo de debate”, complementa a coordenadora da CEE/Caixa.

A representação dos empregados reivindicou ainda o pagamento do adicional de “quebra de caixa” também para os avaliadores de penhor.

Segundo a Caixa, será feita uma análise das considerações gerais dos representantes dos trabalhadores e o banco dará retorno na próxima negociação. O vice-presidente de Pessoas da Caixa (Vipes), Sérgio Mendonça, participou da reunião.

Demandas reforçadas

No início da reunião, a CEE reforçou cobranças em relação a problemas que os empregados vêm enfrentando e a necessidade de mesas de negociação desses temas, como teletrabalho, Minha Trajetória, metas, entre outras demandas “Precisamos tratar desses assuntos, e é urgente. Mesa de negociação está para isto: construir respostas que sejam boas para ambos os lados”, cobra Fabiana Uehara.

Da Redação