Em mesa de negociação com o BB, trabalhadores denunciam falta de segurança sanitária nas unidades

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Os representantes dos funcionários apontaram também carência de pessoal e deterioração das condições de trabalho

Em rodada de negociação na tarde desta sexta-feira (28), a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco rigor na aplicação de medidas de segurança sanitária, contra a Covid-19 e outras doenças virais. Os representantes dos funcionários alertaram para o aumento exponencial do número de bancários e bancárias contaminados em todo o país.

“A Comissão de Empresa expôs o temor e todo o descontentamento dos colegas em terem que se sujeitar a alto risco de contaminação nos locais de trabalho, por intransigência e descaso da direção do BB para com a saúde e a vidas dos trabalhadores do banco e da população. Deixamos claro também a disposição dos sindicatos de realizarem rigorosa fiscalização nas unidades, por observância às medidas sanitárias e por condições adequadas de trabalho, em defesa da vida e da saúde física e mental dos bancários e bancárias”, destaca o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

“É inadmissível esse descaso do Branco do Brasil. Após todos os acertos que foram feitos no período mais grave da pandemia, com muita negociação, ouvindo os representantes dos trabalhadores, chegamos a um protocolo que salvou vidas, e hoje o que nós vemos é o Banco do Brasil retrocedendo, seguindo uma política negacionista, uma política que compromete a saúde e a vida dos funcionários e dos clientes”, protesta Cleiton dos Santos Silva, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

As representações dos trabalhadores consideram que os protocolos de segurança do Manual de Trabalho Presencial não são observados da mesma maneira em todas as unidades. Apontam também registro de que os funcionários terceirizados, além de não receberem equipamentos de segurança adequados, não são orientados da mesma maneira que os concursados.

Outra denúncia é que os funcionários da Central de Relacionamento do BB (CRBB), de atendimento telefônico, não estão trabalhando com o afastamento de um metro, distância mínima entre duas pessoas para reduzir as chances de contágio, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“É um absurdo, na altura dos acontecimentos, que ainda seja necessário sentar com o banco para fazer exigências óbvias pela segurança dos trabalhadores”, lamentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Nesta semana, a Covid-19 voltou a ser a principal causa de morte no Brasil. Em entrevista ao portal UOL, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto destacou que a capacidade de dispersão da variante Ômicron é “absurdamente elevada”. “Nós estamos tendo um crescimento imenso de casos e isso está levando muita gente para o hospital, principalmente aqueles com comorbidades”, completou o especialista.

O banco também foi cobrado pela longa fila de espera no atendimento da telemedicina da Cassi. “O BB tem responsabilidade direta, uma vez que divide a gestão com os diretores eleitos da entidade”, pontuou Fukunaga.

O movimento sindical pede ainda ao banco a rápida implementação das seguintes medidas:

Cobrança de passaporte vacinal;
Redução do horário de atendimento nas agências;
Limitação de entrada dos clientes nas agências;
Punição pra quem não usar máscara e para gestor que não orientar;
Punição para quem insistir em permanecer no local do trabalho com sintomas ou positivado;
Teletrabalho para locais de grande aglomeração e todos dos grupos de risco;
Fechamento de agências para sanitização e não apenas higienização;
Estabelecimento de critérios para o fechamento das agências em caso de falta de funcionário; e
Testagem de casos suspeitos.


O banco disse que irá analisar os pedidos, mas adiantou não haver perspectivas para o trabalho remoto institucionalizado, alegando que a aplicação do teletrabalho poderia criar insegurança no ambiente de trabalho.

“O banco precisa entender que não estamos exigindo a implementação do acordo de teletrabalho por capricho, mas porque é possível ao banco continuar funcionando normalmente com parte dos trabalhadores em home office, como já aconteceu em 2020 e 2021. Agora que os índices de contaminação voltam a aumentar, não entendemos o motivo desta resistência em institucionalizar o teletrabalho, que pode contribuir para proteger não apenas os funcionários, mas também seus familiares”, respondeu Fukunaga.

Da Redação com a Contraf/CUT