Em meio demissões em massa Santander lucra bilhões em 2020

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Em 2020, o banco Santander teve um lucro líquido gerencial de mais R$ 13,849 bilhões, isso tudo, em pleno cenário de pandemia, desemprego e grave crise econômica.
O banco espanhol quebrou o compromisso firmado com o movimento sindical de não demitir durante a crise sanitária e social causada pelo coronavírus e fechou 3.220 postos de trabalho e 175 agências em todo o país. Somente entre o início de abril e dezembro, foram 2.593 postos de trabalho e 106 agências fechadas.

Em meio a uma das maiores recessões econômicas das últimas décadas (a projeção para o PIB brasileiro em 2020 é de uma retração de 4,41%), na sanha por lucros estratosféricos, o Santander deu de ombros para a sua responsabilidade social no país que responde pela maior fatia global do lucro mundial do banco e só fez engordar o número de desempregados brasileiros, que atingiu 14,1 milhões no trimestre de agosto a outubro do ano passado, de acordo com a Pnad do IBGE.

O Santander tem dado mau exemplo para outros bancos. Não bastassem as demissões, em plena pandemia, pelo não cumprimento de metas, agora, passou a demitir gestantes e departamentos inteiros estão sendo substituídos por terceirizados.

“A situação é inadmissível, pois além de não cumprir acordos é no mínimo imoral e cruel que, em plena pandemia, o banco lucre tanto à custa de demissões em massa. Exemplo disso, somente em 2020, o banco espanhol lucrou R$ 18,464 bilhões apenas com tarifas e prestação de serviços, o suficiente para cobrir 204,4% da despesa com pessoal. O Santander tem demonstrado total descaso com seus funcionários e precisamos lutar por direitos e respeito, pois são eles em conjunto com os clientes e com toda a sociedade brasileira que contribuem para a maior parte do lucro do Santander”, afirmou José Anilton, diretor da Fetec/CUT Centro Norte.

PLR – pagamento confirmado

Com a divulgação do balanço do quarto trimestre, o pagamento da segunda parcela da PLR para os bancários do Santander foi confirmado. O prazo previsto na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) para pagamento é primeiro de março, mas o banco costuma realizar o crédito junto com os salários, que serão pagos no dia 26.

Também serão creditados o PPRS (Programa Próprio de Resultados do Santander) e a variável (PPE), para quem for elegível. Confira no quadro o que será pago (fonte: Seeb/SP).

O pagamento da PLR e da PPRS está garantido na sua integralidade mesmo para funcionários que se afastaram em 2020 por licença paternidade, maternidade, adoção, acidente de trabalho ou por doença. Entretanto, é necessário ter trabalhado ao menos um dia em 2020.

A PLR – assim como suas regras, definidas em mesa de negociação, da mesma forma como acontece no PPRS – é uma conquista da mobilização dos bancários, a primeira categoria a ter assegurada a distribuição dos lucros em Convenção Coletiva de Trabalho, em 1995.