Em dia nacional de luta, bancários do Itaú denunciam assédio, adoecimento e demissões

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Agências do Itaú de todo o país foram palco de protestos nesta quinta-feira (7) contra as políticas de gestão e de negócios do banco.

Em Brasília, diversas unidades amanheceram com cartazes de protesto do Sindicato colados nas portas, vidraças e paredes. “Além disso, realizamos manifestação na agência do Setor Comercial Sul, a Palácio do Comércio, com entrega de material informativo, denunciando as demissões arbitrárias, o fechamento de agências e os problemas de saúde mental dos trabalhadores decorrentes desse triste cenário”, aponta o diretor da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Washington Henrique, que é bancário do Itaú.

Sandro Oliveira, diretor do Sindicato e também funcionário do Itaú, chamou a atenção para o preocupante quadro de adoecimento mental dos bancários por conta da falta de condições de trabalho. “Os casos de adoecimento psicológico nos locais de trabalho, que aumentam a cada dia, continuam sendo ignorados pelo banco, que não assume a sua responsabilidade nesse processo que é a cobrança excessiva por metas, a prática do assédio moral, a sobrecarga resultado das demissões”.

“Todo final de ano o banco realiza uma campanha de publicidade para exaltar sua marca ou para trazer esperança e otimismo. Ontem, foi lançada uma propaganda sobre a mudança da marca, que tenta mostrar modernidade e a constante inovação. Mas, para os funcionários, a realidade é de medo, assédio e da velha exploração dos trabalhadores”, criticou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do Itaú (COE/Itaú).

Prejuízo aos clientes e funcionários

Dados do último balanço do Itaú, divulgado no início de novembro, mostram que entre setembro de 2022 e setembro de 2023, o banco fechou 1.082 postos de trabalho e 180 agências físicas, reduzindo sua rede de atendimento.

Isso causa sobrecarga de trabalho e tensão entre os funcionários, mas também prejudica o atendimento aos clientes, que precisam se deslocar por longas distâncias para encontrar uma agência e, quando encontram, precisam enfrentar filas e demoram mais para ser atendidos. Além disso, o banco está terceirizando serviços, numa tentativa de reduzir direitos da categoria bancária e ampliar ainda mais os seus já astronômicos lucros.

Dados do desespero

Dados da última Consulta Nacional à categoria bancária, realizada pelo Comando Nacional dos Bancários em julho de 2023, apontam que a cobrança excessiva de metas causa diversos malefícios à saúde dos trabalhadores. A preocupação constante com o trabalho é um sintoma que afeta 68% dos bancários; 61% sofrem com cansaço e fadiga constantes; 52% sentem-se desmotivados e não têm vontade de trabalhar; 46% têm crises de ansiedade/pânico.

Da Redação com informações da Contraf-CUT