Em debate, propostas para igualdade sexual e de gênero na CCT

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Continuar a avançar rumo ao respeito à diversidade sexual e de gênero, reivindicando cláusulas inclusivas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Para a diretora de juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, a categoria bancária está na vanguarda dessa luta, mas ainda há muito a fazer para combater a discriminação da população LGBTQIAPN+ no local de trabalho e para garantir o exercício dos seus direitos plenos.

Ela foi uma das debatedoras do Encontro da Diversidade Sexual e de Gênero, promovido pelo Sindicato e que deu sequência, na última quarta-feira (10), aos debates temáticos que antecedem o Congresso Distrital dos Bancários do DF e Entorno, que será realizado no próximo dia 20 e vai definir a pauta geral de reivindicações de Brasília para a Conferência Nacional dos Bancários. Na terça-feira já havia sido realizado o encontro sobre os direitos das mulheres.

Os participantes e debatedores concordaram que é preciso discutir, por exemplo, novos modelos de licença parental que visem ao bem-estar do recém-nascido, que se encaixem em qualquer configuração familiar e não reforcem a divisão de gênero no cuidado dos filhos. Josi Rafaela, do Banco do Brasil, lembrou que, mesmo a licença maior, de 20 dias, para o pai, ainda não atinge sequer o período de resguardo da mulher, o que reflete o viés de considerar o cuidado dos filhos como responsabilidade feminina.

A categoria, que já garantiu em acordo o uso do nome social e a extensão de benefícios a cônjuges do mesmo sexo, deve lutar agora para que os planos de saúde contemplem os tratamentos de redesignação sexual, porque são essenciais para a saúde do indivíduo. Garantir cláusulas que promovam o combate à discriminação e ao preconceito contra os LGBTQIAPN+ nos locais de trabalho, com uma melhor capacitação dos canais de atendimento e denúncias, foi outro ponto de consenso entre os debatedores.

Os advogados da LBS, escritório de advocacia que presta serviço ao Sindicato, apresentaram avanços de outras categorias em relação à pauta da igualdade de gênero e mostraram pesquisas que registram a discriminação da população LGBTQIAPN+ em promoções e ocupação de cargos de chefia.

Segundo adiantou o diretor de Combate ao Racismo e à Discriminação do Sindicato, Edson Ivo, as ideias e sugestões apresentadas serão transformadas em propostas e encaminhadas para debate no Congresso Distrital e serão levadas como propostas dos bancários do DF para a Conferência Nacional dos Bancários, marcada para junho, em São Paulo.

Junia Lara
Colaboração para o Seeb Brasília