Eleição presidencial: hora de salvar e fortalecer o Banco do Brasil público e rentável

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Privatização é o destino traçado pelo atual governo para o bicentenário do banco público de fomento à agricultura e ao desenvolvimento do país

Com 213 anos, e no mês em que comemora mais um ano de existência, com importante contribuição para o desenvolvimento do país e para os brasileiros, os rumos do Banco do Brasil serão traçados por seus funcionários concursados, aposentados e terceirizados. Vão decidir se optam pela garantia de resgate da instituição, para retomada de sua função histórica para o desenvolvimento do país e das regiões, impulsionando as atividades econômicas, novos arranjos produtivos indutores de geração de emprego e renda, com respeito e valorização dos trabalhadores, ou se legitimarão o seu desmonte e privatização.

O horizonte da privatização do Banco do Brasil vem sendo perseguido com “venda” de ativos, como a carteira de créditos inadimplidos ao BTG, com as tratativas em curso para privatização da BBDTVM (leia artigo) e com o desmonte do modelo de gestão para ataques sistemáticos aos direitos dos bancários, recrudescimento do assédio moral a partir das tentativas de acabar com três ciclos avaliatórios previstos na GDP, quebra de perspectivas profissionais (Performa) e reestruturações que intensificam e sobrecarregam imensamente os funcionários, ocasionando danos à saúde física e mental.

O receituário cumpre a cartilha de um governo cujo absurdo há muito perdeu a modéstia, na medida em que criou de forma inédita em sua estrutura uma Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados. Ou seja, não há pudor algum na explicitação de seu plano de privatização e destruição do Estado.

Nesta tônica, o BB segue vice-líder na trágica corrida peladesvalorização dos funcionários, ficando atrás apenas do Santander no argumento denomindo eficiência operacional, que na prática significa perda de talentos. O ministro da Economia já afirmou que “o Banco do Brasil é um caso pronto para privatização”. E arrematou: “Vamos vender logo a p#r#$ do BB”.

A fúria privatista do governo segue exacerbada em plena campanha presidencial, mas colocada à margem do debate com a sociedade, tornando turva a visão e o discernimento do eleitorado, mas não a realidade vivenciada pelos trabalhadores dos bancos públicos federais, da Petrobras e das demais estatais. “Entre nós, bancários e bancárias, o desmonte e o entreguismo deixaram de ser meras ameaças, há muito tempo, e temos plena consciência dos riscos que corremos e de como poderemos ser tragicamente afetados. Mudar o comando do país é imperativo. É hora de nos unirmos, termos plena consciência e assegurar o fim da permanente ameaça de privatização”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais.

O chamamento do Sindicato aos bancários para mudar a rota traçada pelo atual governo federal para o Banco do Brasil parte da ideia de que não se pode perder a oportunidade do momento, sob pena de não se ter outra e a sociedade brasileira se tornar impotente diante da marcha acelerada em direção ao fim da história de uma instituição financeira pública construída ao longo dos últimos 213 anos. “É urgente assegurarmos que o BB seja preservado como banco público e seja fortalecido no seu papel histórico de indutor do desenvolvimento econômico e social, com foco em sustentabilidade e também rentabilidade”, reforça Kleytton Morais.

É hora de pensarmos o BB que queremos!

O Sindicato dos Bancários de Brasília lança campanha entre os funcionários da ativa, aposentados e demais envolvidos no relacionamento com o Banco do Brasil visando estimular debates e proposições para o “BB que queremos – caminhos do desenvolvimento”.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, explica o papel das estatais
O bancário Jacques Pena explica o papel do Estado na economia
O economista Jorge Gouvea comenta sobre 2008 e 2016, duas crises e duas respostas diferentes do BB

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília