Editorial

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A direção da Caixa gerou um fato lamentável, que não sendo revisto manchará sua história para sempre. Como é de conhecimento de todos, os representantes da empresa participaram na Fenaban das negociações, assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e, agora, por meio da CI 107/08 promovem um total desrespeito com seus 78 mil empregad@s , descumprindo a cláusula quadragésima sexta do acordo firmado entre as partes e aprovado pelas assembléias realizadas em todo o país. 

 Na mesa de negociação há algo valioso que sempre deve ser respeitado pelos participantes do processo, que é o compromisso firmado entre as partes. Com a postura vergonhosa adotada pelo Conselho Diretor da Caixa de não respeitar a CCT, coloca-se em “xeque” a palavra da direção da empresa perante seus empregad@s e  frente à sociedade. Desta forma, cabe a pergunta: Como podemos confiar à gestão de uma empresa tão importante para o país nas mãos de pessoas que não cumprem com suas palavras e não lembram do que assinam?

 É importante salientar que a construção da CCT 2008/2009 foi um processo difícil. Iniciou em julho com congressos e conferências, passou por um longo período de negociação durante os meses de agosto, setembro e outubro, e precisou de uma greve de 23 dias para arrancar o acordo final. Mas parece que o Conselho Diretor da Caixa esqueceu o ocorrido e precisa ser lembrado para rever seu posicionamento. Por isso as para-lisações ocorrerão nas dependências da empresa nos próximos dias e, caso necessário, construiremos novamente a greve.

 Para concluir, gostaria de fazer uma solicitação aos membros da direção da Caixa. Lembrem do que aprendemos em nossas infâncias, seja com nossos pais ou na escola, que quando uma pessoa dá a sua palavra ela cumpre. Então mostrem que vocês têm palavra e desistam do desconto dos dias de greve.   

Rodrigo Britto
Presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília