É preciso mobilizar trabalhadores para reconquistar direitos, avalia assembleia da Fetec

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A Assembleia Extraordinária da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), realizada nesta sexta-feira 31 de março em Brasília, deu início aos preparativos para a realização do Congresso Extraordinário da entidade ainda no primeiro semestre deste ano, fez eleições suplementares para cargos da direção e arranjos nas Comissões de Empresa e lançou a cartilha Violência e Assédio no Ambiente de Trabalho. Participaram delegados de todos os sindicatos filiados à Federação, que discutiram também a conjuntura política e econômica do país sob o novo governo democrático, chegando a um consenso de que o movimento sindical precisa ampliar a organização e a mobilização para reconquistar direitos retirados nos últimos governos e avançar em busca de novas conquistas.

“Foi um encontro extremamente positivo, em que tivemos a participação de todos os sindicatos da nossa Federação. Fizemos um importante debate sobre a conjuntura nacional com a participação da deputada Erika Kokay e o lançamento da cartilha que trata da Convenção 190 da OIT, em que ajuda a reforçar o combate à violência contra a mulher”, avalia Cleiton dos Santos Silva, presidente da Fetec-CUT/CN.

“Foi um debate rico, principalmente nesse momento importante que o país se encontra, com a necessidade de os trabalhadores estarem mais organizados para enfrentar os desafios atuais do nosso país. Temos a necessidade de ajudar e pautar o governo naquilo que nós consideramos necessário para restituir os direitos que foram retirados da classe trabalhadora nos governos Temer e Bolsonaro. É a Fetec Centro-Norte, através de seus sindicatos, se organizando para fazer esse enfrentamento”, conclui Cleiton. Assista aqui à explanação de Cleiton.

Buscar um outro nível de participação cidadã

Na análise de conjuntura, na parte da manhã, a deputada Érika Kokay (PT-DF), que é funcionária da Caixa e foi presidente do Sindicato de Brasília, fez um balanço da política de destruição de todas as políticas públicas do governo Bolsonaro e os avanços já alcançados nos primeiros cem dias do governo Lula, apesar das imensas dificuldades.

“Os desafios estão postos. Não será fácil, porque conviveremos ainda por muito tempo com essa oposição vazia de conteúdo e extremamente nociva porque estimula o ódio e esse processo de ausência de liberdade. Precisamos fazer uma avaliação do que aconteceu com as nossas empresas públicas nesse período e reestatizar a Eletrobras, além de rever as reformas trabalhista e previdenciária”, sustentou Érika.

“Em 90 dias fizemos muito mais coisas que eles em quatro anos. Eles destruíram. Nós estamos reconstruindo. Mas é preciso reconstruir para além do que foram os governos anteriores do PT. Isso aumenta a nossa responsabilidade de elevar a organização popular em busca de um outro nível de participação cidadã”, conclamou a deputada.

Desafios dos trabalhadores no terceiro governo Lula

A análise de conjuntura prosseguiu com a participação do vice-presidente do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Rodrigo Britto (que é também diretor da Fetec-CUT/CN) e do assessor técnico da entidade Neuriberg Dias. Saiba o que é o Diap.

Neuriberg fez uma radiografia da composição do Congresso Nacional, o mais conservador desde a redemocratização, mas que segundo ele o governo Lula tentará empurrar para o centro. Ele acredita que a terceira administração Lula tem três grandes desafios: consolidar a democracia, reorganizar o Estado e reconciliar a sociedade depois da política de destruição do governo Bolsonaro. “O ambiente melhorou com as primeiras medidas do governo Lula, ma>>s a guerra é longa e exigirá a pressão do movimento sindical e dos movimentos sociais”, alertou.

Rodrigo Britto concluiu: “Precisamos construir uma agenda positiva no Congresso, de forma a sair da defensiva e partir para a ofensiva, com proposições que melhorem a qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Esse é o desafio que estamos colocando para a Fetec, de como podemos construir juntos essa agenda positiva”.

Lançamento da cartilha sobre a Convenção 190 da OIT

Após os debates que concluíram a análise de conjuntura, a secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN, Elis Regina Camelo, fez uma explanação sobre a cartilha Violência e Assédio no Ambiente de Trabalho, que a Federação Centro-Norte está lançando, que inclui uma análise da Convenção 190 da OIT. Também comentou a cartilha a consultora Karolyne Utomi, do Instituto Kaosu, parceira da Federação Centro-Norte na elaboração da publicação.

> Leia também: Fetec-CUT/CN lança cartilha Violência e Assédio no Ambiente de Trabalho, sobre C190 da OIT

“A C190 não trata só da violência contra a mulher, embora as mulheres sejam as mais afetadas. Ela é muito importante porque trata da violência e assédio nos locais de trabalho, que vêm aumentando inclusive no sistema financeiro. Fizemos a cartilha porque é fundamental promover políticas preventivas que diminuam e até erradiquem as causas de adoecimentos laborais”, explicou Elis Regina.

Fonte: Fetec-CUT/CN