Do lado certo: CUT recebe homenagem pelas quatro décadas de resistência

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Coerência, combatividade e integridade da Central foram destacadas ao longo do evento

Os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores foram homenageados na manhã desta segunda-feira (28), na Câmara Federal. A sessão solene, de iniciativa do deputado Vicentinho (PT-SP), contou com a participação da classe trabalhadora, que lotou o plenário Ulysses Guimarães. O espaço, negado ao povo brasileiro nos últimos seis anos, recebeu lideranças sindicais, movimentos sociais, dirigentes atuais e históricos da maior Central Sindical da América Latina.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, afirmou que a Central é “a mais bela organização da classe trabalhadora, que insiste em ter direitos, em se organizar”. O líder lembrou a importância da Central na resistência que foi necessária nos últimos anos, depois da ruptura democrática causada pelo golpe contra a presidenta Dilma.

“A CUT nasceu na defesa da democracia e estará nas ruas junto com cada um dos nossos sindicatos, defendendo as pautas das categorias, os trabalhadores, a democracia, lutando por um Brasil melhor”, garantiu Rodrigo. 

Rodrigues ainda saudou aquelas e aqueles que construíram a história da Central e entregou placas de homenagem a cada uma e a cada um que presidiu a entidade e estava na sessão solene. 

História de lutas e conquistas

Na ocasião, foi transmitido um vídeo institucional da CUT Brasil dos 40 anos, que destacou as conquistas da Central Sindical ao longo dos últimos 40 anos, como a redução da jornada de trabalho, a valorização do salário mínimo, as lutas pelo impeachment de Collor e pelas Diretas Já. 

Um dos fundadores da CUT, Jair Meneguelli, que presidiu a Central de 1983 a 1994, emocionou-se ao lembrar momentos importantes dessa trajetória de sonhos e lutas. “Reunimos em São Bernardo do Campo mais de 5 mil trabalhadores da cidade e do campo, de todas as partes do Brasil, de camisa de linho e chinelo”, relatou Meneguelli sobre a primeira Convenção da Classe Trabalhadora – Conclat, que seria a semente da fundação da CUT.

“O sindicalismo não é apenas um movimento reivindicatório, somos entes políticos no país”, disse Jair Meneguelli, que ainda citou algumas conquistas que tiveram a participação da Central, como a Constituição Cidadã e a redução da jornada de trabalho. Sobre essa última conquista, destacou o impacto que a mesma teve na vida das trabalhadoras e trabalhadores. “Significava saúde, tempo para estudar, tempo para ficar com a família, mais empregos nas indústrias. Quando reduzimos de 48 para 44 horas, só em São Bernardo do Campo e Diadema aumentou mais de 10 mil trabalhadores”, afirmou. 

Promovendo a resistência

Metalúrgico do ABC e presidente nacional da CUT desde 2019, Sérgio Nobre enalteceu o legado dos líderes que vieram antes dele.  “Assumi a Central com Bolsonaro na presidência e logo depois veio a pandemia”, lembrou. Para o sindicalista, nesses últimos 40 anos a classe trabalhadora viveu momentos difíceis, mas também vitórias históricas.

Por fim, Nobre homenageou “aos heróis anônimos da construção da CUT”, que são os milhares de trabalhadoras e trabalhadores que construíram e constroem a história da Central.

Representante do ramo do Comércio e Serviços, Geralda Godinho lembrou as lutas da classe trabalhadora e de sua categoria na década de 1980, e como os comerciários desde antes de filiar-se à CUT participavam das atividades da Central. “A CUT sempre esteve do lado certo da história, formando e conscientizando a classe trabalhadora. Nós temos muito orgulho e alegria de fazer parte dessa entidade”, afirmou.

Mais comemorações

Além da homenagem na Casa Legislativa, a data que marca o aniversário da CUT reserva ainda importante marcos para a classe trabalhadora, como a assinatura da Lei do reajuste acima da inflação, a assinatura do pacto pelo trabalho decente na cafeicultura do Brasil e instalação da Comissão Nacional de Trabalhadores Assalariados Rurais. 

A Câmara Legislativa do DF também vai homenagear o aniversário da CUT. A sessão vai acontecer na Casa na próxima segunda-feira (4), a partir das 19h.

Fonte: CUT-DF