Dia de reflexão para um mundo mais inclusivo com os autistas

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“O autismo não é um quebra-cabeça a ser resolvido. É um ser humano a ser compreendido”. Michael McCreary, 25 anos, comediante, ator e palestrante autista

Uma em cada 100 crianças em todo o mundo é afetada pelo autismo, aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS) que, em 2007, declarou o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, comemorado nesta terça-feira (2). O objetivo é aumentar o entendimento e o conhecimento sobre essa condição e reduzir o preconceito que cerca as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Este ano o tema da campanha é “Valorize as capacidades e respeite os limites!”, destacando a importância de reconhecer e respeitar as habilidades e as particularidades de pessoas com TEA.

O autismo é caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, podendo envolver questões como comportamentos repetitivos, déficits na comunicação, interação social, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.

Redução jornada de trabalho

Em novembro de 2023, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região determinou que a Caixa Econômica Federal conceda redução de jornada de trabalho aos funcionários com filhos diagnosticados com TEA. A decisão foi tomada a partir de ação do Sindicato dos Bancários de Brasília, e dessa forma, abrange somente o Distrito Federal. O banco ainda pode recorrer.

Para a secretária de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira, são várias as adaptações que os bancos podem fazer para transformar a vida de trabalhadores bancários autistas. “Como por exemplo, a utilização de uma linguagem mais direta e clara, verificação de excesso de luminosidade e ruído, possibilidade de uso de abafadores. Lembrando que cada pessoa dentro do espectro possui suas particularidades, é única”, enfatiza. E acrescenta: “Quanto mais debate, visibilidade e conscientização sobre o tema, maior será a inclusão”.

Coletivo de Bancários com Deficiência

Em agosto de 2023, o Sindicato criou o Coletivo de Bancários com Deficiência e Neurodivergentes, com atuação norteada por três eixos: formação, trabalho e sociedade. Entre os desafios da iniciativa estão: encontrar onde estão os PCDs e neurodivergentes da categoria bancária de Brasília, lembrando que as informações não são oferecidas pelos bancos.

“Entre outras coisas, nossa missão como Sindicato é defender os direitos das pessoas com TEA, garantindo que sejam respeitadas em todas as esferas da sociedade. Sabemos que ainda há muito a ser feito, especialmente quando se trata dos bancários com esse transtorno e demais neurodiversidades. E nós estamos determinados a garantir que tenham voz e apoio dentro da categoria bancária”, esclarece a coordenadora do Coletivo de Bancários, Rafaella Gomes.

Também suplente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do DF (Coddede), Rafaella complementa: “Neste dia de reflexão, renovamos nosso compromisso em construir um mundo mais inclusivo, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de viver com dignidade e respeito. Juntos somos mais fortes”.

No dia 17 deste mês, o Sindicato vai promover um Encontro de PCD e Neurodivergentes. Mais informações em breve. Para denúncias, sugestões de pauta, demandas em geral e críticas, basta encaminhar email para coletivoneuropcd@bancariosdf.com.br.

Da Redação