Desmonte do Estado amplia trabalho escravo

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Levantamento de apenas 45 ações coordenadas pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia, revela que 231 pessoas foram resgatadas em situação análoga à escravidão no primeiro semestre de 2020.

Durante todo o ano de 2019, foram resgatadas 1.133 pessoas escravizadas.

A falta de fiscalização e o acirramento das desigualdades durante a pandemia são, na opinião de especialistas, fatores que tornam as pessoas mais suscetíveis ao aliciamento por parte de escravistas.

Para marcar este 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o escritório LBS Advogados, que presta assessoria jurídica ao Sindicato, deu divulgação a números que revelam déficit de 1,5 mil profissionais na Inspeção do Trabalho.

Para Edson Ivo, secretário de Combate à Discriminação do Sindicato, o retrocesso nas relações de trabalho, com recrudescimento das práticas escravocratas, “é decorrência direta e imediata da destruição de direitos e de conquistas civilizatórias que passamos a assistir com os governos ultraliberais e ultradireitistas de Temer e Bolsonaro. O cidadão mal informado e em situação de vulnerabilidade acaba convencido pelo discurso de ódio ao menos afortunado. Passa a acreditar então que escravidão é relação de trabalho”.

O dia de combate ao trabalho escravo tem, segundo Edson, o significado de luta civilizatória. “A escravidão é, desde sempre, intolerável. O Estado precisa hoje, mais que nunca, estar suficientemente equipado para fiscalizar e eliminar essa barbárie”, acentua o diretor do Sindicato.