Delegados sindicais do BRB se organizam para a Campanha 2016

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Na parte da manhã da programação do Seminário de Delegados Sindicais do BRB, na sexta-feira 12, os bancários participaram de painel que discutiu questões relativas à conjuntura econômica e política que podem afetar a organização da campanha no banco e também discutiram a pauta de reivindicações específicas.

“Esse debate é muito importante neste momento em que estamos vivendo uma crise violenta no país. O sucesso desse enfrentamento depende bastante da participação de vocês, delegados e delegadas sindicais”, destacou o diretor da Fetec-CUT/CN André Nepomuceno.

Cristiano Severo, secretário-geral do Sindicato, ressaltou a necessidade de se aprofundar essa discussão. “Há uma relação estreita entre o contexto econômico e político e nossa negociação com o banco. Tudo isso está impactando diretamente o país, a vida dos trabalhadores e a empresa em que trabalhamos.”

Crescimento apesar da crise

O economista da subseção do Dieese no Sindicato, Pedro Tupinambá, apresentou os indicadores econômicos atuais no Brasil, enfatizando que o setor financeiro, em que o BRB se insere, é o único segmento da economia que não passa por problemas e apresenta crescimento apesar da crise. “Esse setor destoa do resto do país. Os resultados dos cinco maiores bancos brasileiros mostram que é o segmento mais rentável mesmo em condições adversas”, esclareceu o economista.  

Tupinambá acrescentou, ainda, que apesar de lucrarem muito, os bancos continuam demitindo e já aumentaram as tarifas de serviços este ano. “Esses reajustes foram feitos prevendo as reivindicações salariais dos bancários. Não tem por que os bancos não concordarem com o índice de aumento reivindicado pela categoria.”

Golpe na classe trabalhadora

O debate também contou com a participação dos deputados Chico Vigilante (distrital) e Erika Kokay (federal), que falaram sobre os últimos acontecimentos no mundo político, fazendo referências com fatos históricos de luta da classe trabalhadora por ampliação e manutenção de direitos.

“Estamos vivendo uma situação parecida com o governo de 1995 a 2002, quando privatizaram várias estatais. O BRB escapou por milagre, mas agora volta a ser ameaçado. Vocês, funcionários do BRB, têm que ter a dimensão da luta acirrada que enfrentarão. O golpe que está em curso é para privatizar todas as estatais e retirar direitos dos trabalhadores”, enfatizou Chico Vigilante.

Erika Kokay reforçou a tentativa do governo interino de golpear a classe trabalhadora e destacou o crescimento do fundamentalismo no governo federal e no parlamento. “Esse processo que extingue as identidades de cada pessoa foi articulado por Eduardo Cunha, que fez uma aliança com aqueles que querem a terceirização e a reforma trabalhista que visam apenas a precarização do trabalho”.

Empoderar e fortalecer

Para Erika, a solução para a crise atual passa pelo empoderamento dos trabalhadores e da sociedade civil, que têm que participar mais ativamente das decisões que irão afetá-los. “Precisamos nos organizar para garantir a manutenção dos nossos direitos”, enfatizou. E completou: “como somos guerreiros e guerreiras, iremos continuar na luta para fortalecer o banco e nossas condições de trabalho”.

Com relação à campanha dos bancários, a deputada afirmou que os bancários têm que se apegar no que já foi conquistado. “Temos que continuar seguindo a Convenção Coletiva Nacional, com base no acordo com a Fenaban, que vale para todos os bancos em todos os estados. Não devemos aceitar o discurso do GDF de que seguir a Convenção Coletiva não é possível. Vamos reagir e resistir.”

Rosane Alves
Do Seeb Brasília