CUT-DF debate papel dos sindicatos no combate ao assédio no trabalho, na quinta (4)

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A atividade será realizada no auditório do Sindicato dos Bancários, das 19h às 21h

Em 2022, o Ministério Público do Trabalho do DF registrou 34 casos de assédio sexual e outros 317 de assédio moral. As práticas, consideradas uma violação dos direitos humanos pela Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), atinge, em sua grande maioria, o público feminino.

Para debater o tema e traçar estratégias que coíbam esse tipo de violência no ambiente de trabalho, na quinta-feira (4/5), a CUT-DF realiza o seminário “O papel dos sindicatos no combate aos assédios nos locais de trabalho”. Organizada pelas Secretarias da Mulher Trabalhadora e de Formação Sindical, a atividade será realizada no auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília, das 19h às 21h, e terá como alvo o público masculino ─ maior reprodutor da conduta.

O advogado Bruno Rocha e a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães, serão responsáveis por conduzir a discussão. Já a intermediação, ficará por conta do secretário de Formação da Central, Rodrigo Britto.

Descontruir é o caminho

Thaísa lembra que, nos últimos anos, por meio de um árduo trabalho realizado pela secretaria, houve um processo de fortalecimento dos coletivos das mulheres nos sindicatos CUTistas do DF e Entorno. Agora, explica a sindicalista, o objetivo é intensificar também o diálogo com os homens para desconstruir a sociedade patriarcal e a masculinidade tóxica decorrente dela.

“O sindicato é um instrumento de luta da classe trabalhadora e, assim, cumpre um papel fundamental no combate ao assédio nos locais de trabalho. Embora o assédio não seja apenas contra as mulheres, elas são a maioria esmagadora do alvo desse tipo de violência, e, por isso, a necessidade de ter um olhar voltado a elas. Compreendemos que coibir essas práticas leva um tempo, mas a desconstrução das masculinidades tóxicas é o caminho”, explica a sindicalista.

Já Britto destaca a importância do seminário e da formação sindical para que se alcance um ambiente de trabalho mais humanizado e livre de opressões. “Em uma sociedade marcada pela cultura da exploração desmedida no mundo laboral, com forte tendência patriarcal e preconceituosa, a capacitação de dirigentes sindicais sobre a temática do assédio moral e sexual, principalmente os dirigentes masculinos, se faz necessária para combater tal prática que é nociva e ataca, em muitos casos, o que há de mais valioso para o ser humano, sua alma e dignidade”, disse.

Assédio moral e sexual

O assédio moral é definido como a exposição de trabalhadoras e trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma reiterada e prolongada. A prática pode se manifestar por meio comportamentos, palavras, gestos, ou outras ações que tragam danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, colocando em risco, inclusive, seu emprego.

Já o assédio sexual no trabalho é definido pelo MPT, na cartilha “Assédio Sexual: Perguntas e Respostas”, como “a conduta de natureza sexual, manifestada fisicamente, por palavras, gestos ou outros meios, propostas ou impostas a pessoas contra sua vontade, causando constrangimento e violando a liberdade sexual da trabalhadora e do trabalhador. Diferente do assédio moral, esse tipo de violência não precisa necessariamente ocorrer de forma repetitiva. Um único ato pode ser degradante o bastante para atingir a honra, a dignidade e a moral da vítima, que em sua grande maioria, são mulheres ─ representando 2/3 das denúncias.

Como denunciar

A trabalhadora e/ou o trabalhador que for vítima de algum tipo de assédio pode denunciar no sindicato que representa sua categoria, na Justiça do Trabalho ou até mesmo no Ministério Público do Trabalho. As denúncias podem ser feitas de forma sigilosa, mas devem conter informações claras e, se possível, provas, que facilitem as apurações.

:: Serviço 

O que: Seminário “O papel dos sindicatos no combate ao assédio nos locais de trabalho”

Data: Quinta-feira, 4 de maio

Horário: Das 19h às 21h

Local: Auditório do Sindicato dos Bancários, Eqs 314/315 

Fonte: CUT-DF