Contra demissões, bancários do Santander fecham agências e cobram respeito

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O escárnio do Santander com os bancários e bancárias foi motivo de manifestação dos trabalhadores nesta terça-feira (26). Contra o processo de reestruturação, a ampliação do horário de atendimento gerencial, a sobrecarga e a precarização do trabalho, os trabalhadores do Santander promoveram mais um Dia Nacional de Luta, com fechamento de agências. No DF, a atividade se concentrou no Plano Piloto.

“O Santander não respeita os trabalhadores. O banco quer impor trabalho aos finais de semana e ampliar o horário de atendimento nas agências, mas continua demitindo bancários e desrespeitando quem fica, além de precarizar o atendimento a clientes e usuários”, aponta o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) José Avelino.

Indignados com a postura arbitrária do banco, os representantes dos trabalhadores manifestaram preocupação com os impactos dessas mudanças no dia a dia de bancários e bancárias. “O que a gente tem visto são colegas adoecidos, expostos à sobrecarga de trabalho e, ao mesmo tempo, ao medo de perder seu emprego. Cobramos a volta do horário de funcionamento anterior, que inclusive é seguido por todos os outros bancos”, afirma José Anilton, diretor da Fetec Centro Norte e bancário do Santander.

Nos locais de trabalho, dirigentes do Sindicato e da Fetec Centro Norte dialogaram abertamente com os trabalhadores sobre os problemas decorrentes da reestruturação que assola o quadro funcional do banco espanhol há anos. Enquanto os lucros seguem na casa dos bilhões, o Santander segue com uma política de demissão e desrespeito.

Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, “é inadmissível essa ampliação do horário de atendimento dos gerentes e dos bancários de agências com clientes de alta renda. Esses trabalhadores estão padecendo com a super intensidade de carga de trabalho, a amarga falta de funcionários e o aumento das demandas. Não vão mexer no nosso final de semana, tampouco na nossa jornada de trabalho”.

Atendimento gerencial

Há duas semanas, sem qualquer negociação prévia com os trabalhadores, o Santander divulgou um comunicado sobre o aumento em duas horas do atendimento gerencial nas agências, que passou a ser das 9h às 17h. Na ocasião, os representantes dos bancários do Santander procuraram a direção da empresa no intuito de rever a alteração e pautaram o entrave na mesa de negociação específica, dentro da Campanha Nacional dos Bancários de 2022.

Depois dos protestos, o banco entrou em contato com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e se comprometeu a conversar presencialmente para tentar chegar a uma solução para o caso.



Joanna Alves
Do Seeb Brasília