Contra abusos, bancários do Santander cruzaram os braços nesta terça (29)

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A manhã desta terça-feira (29) foi marcada por portas fechadas e protesto em frente às agências do Santander em Brasília. Bancários e bancárias fizeram coro contra os abusos do banco espanhol que, entre outras coisas, descumpre acordos coletivos e a legislação brasileira, demite trabalhadores doentes, desrespeita a jornada de trabalho e coloca a saúde e a vida de seus empregados em risco. O Sindicato cobra respeito e alerta clientes e usuários sobre impactos.

As atividades nas agências foram suspensas nas primeiras horas do dia como resposta às constantes demonstrações de desdém do banco com os bancários e bancárias. A mobilização da representação dos trabalhadores, no entanto, se estendeu para as instâncias de negociação com o banco e há acompanhamento da assessoria jurídica em todas as demandas. À tarde, houve tuitaço, com a hashtag #SantanderNosRespeite, que chegou a ficar em 7º lugar nos trending topics.

Durante o protesto, dirigentes do Sindicato e da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) dialogaram com a população sobre as incoerências que norteiam a atuação do Santander no país. O banco, que tem taxas e juros altíssimos, lucros bilionários – em 2021, o lucro líquido gerencial bateu mais de R$ 16 bi, alta de 7% em relação a 2020 -, reduz o quadro de funcionários e expõe clientes e usuários a atendimento precarizado.

José Anilton, diretor da Fetec-CUT/CN, destaca que “está entre nossas reivindicações neste dia menores taxas e juros e mais bancários para que clientes e usuários sejam atendidos com mais qualidade. Quando o Santander fecha agências e demite trabalhadores, sobrecarrega os colegas que ficam e dificulta o acesso da população aos serviços do banco”.

Convocação ao trabalho presencial

Na pandemia, o Santander revelou mais uma vez seu desrespeito por quem trabalha para que lucros tão altos sejam alcançados. Mesmo com um acordo assinado, o banco demitiu trabalhadores durante a maior crise sanitária, social e econômica das últimas décadas. Dois anos de pandemia se passaram e o Santander escolheu ignorar as recomendações de organizações internacionais de saúde sobre pessoas do grupo de risco e das gestantes, obrigando-os a retornarem ao trabalho presencial. Os protocolos de saúde e segurança também foram descartados pela gestão do banco espanhol.

“Queremos que os protocolos de saúde sejam respeitados e que bancários e bancárias do grupo de risco permaneçam em teletrabalho. A atenção à vida e à saúde durante a pandemia, como já vimos, é questão de saúde pública”, conclui Anilton.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília