Congresso dos Bancários de Brasília aprova moção que defende BRB público

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Os participantes do 3º Congresso dos Bancários de Brasília aprovaram por unanimidade em assembléia uma moção de defesa do caráter público do BRB e que o banco se mantenha como importante instrumento de desenvolvimento econômico e social do DF e entorno. Confira o documento a seguir:

Os participantes do 3º Congresso dos Bancários de Brasília aprovaram por unanimidade em assembléia uma moção de defesa do caráter público do BRB e que o banco se mantenha como importante instrumento de desenvolvimento econômico e social do DF e entorno. Confira o documento a seguir:

“O Sindicato dos Bancários de Brasília defende que o Banco de Brasília (BRB), bem como os demais bancos públicos, mantenha seu caráter público e seja um instrumento estratégico para o desenvolvimento econômico e social de Brasília e de todas as cidades do DF e região geo-econômica.

Os últimos acontecimentos, envolvendo as prisões de ex-presidentes e denúncias de corrupção e malversação de recursos da empresa contra diretores do banco, coloca-ram o BRB nas páginas policiais, afetando publicamente sua imagem.

O Sindicato sempre defendeu a instituição e seus funcionários, e cobrou a apuração de todas as denúncias em todas as esferas de responsabilidades, exigindo a destituição de toda a diretoria do banco, deixando claro que a responsabilidade por tal descalabro é do governo do DF, representado pelo sr. José Roberto Arruda. O mesmo não pode se eximir de sua responsabilidade, tanto por ter demorado em compor o conjunto da diretoria do banco como por ser o responsável máximo pelos rumos da instituição.

O governador, de modo inédito, declarou que o BRB seria privatizado. Cobrado pelo Sindicato, que articulou um amplo leque de pressão com parlamentares, partidos e o movimento sindical capitaneado pela CUT, todos comprometidos com a defesa da instituição, o governador recuou, porém não descartou essa alternativa. Essa possibilidade, no entanto, acendeu uma luz amarela para os funcionários do banco e para o povo de Brasília. Por isso, o Sindicato fará tudo que estiver a seu alcance para que o BRB continue a ser um banco público e viável, que respeite e valorize seus funcionários e que cumpra sua missão desenvolvimentista.

A experiência brasileira mostra que o BRB não é um caso isolado. Entretanto, queremos destacar que no caso do BRB é necessário diferenciar condutas de pessoas e eventuais diretores, da instituição, que deve ser preservada e fortalecida com a indicação de uma diretoria qualificada e ilibada ética e moralmente.
Em que pese os atos de má-gestão no BRB, os indicadores econômicos da empresa analisados pelo Dieese confirmam sua viabilidade desde que bem administrada. Assim, a viabilidade do banco exige um novo modelo institucional capaz de ampliar a transparência tanto na gestão executiva quanto no conselho de administração, com fisca-lização por parte dos funcionários, do BC e da sociedade. Pois do ponto de vista econômico-financeiro, o banco revela-se vocacionado a continuar cumprindo seu papel de forma crescente e sustentável.    

Segundo o Dieese, em meados dos anos noventa, o BRB destacou-se como único banco estadual que não fez adesão ao Programa de Incentivo para a Reestruturação do Sistema Financeiro Estatal (PROES). No início da atual década, após superar alguns momentos de volatilidade, o BRB vem apresentando lucro líquido crescente a cada exercício social (tabela). Já agora, no primeiro trimestre de 2007, o banco registrou um lucro líquido de R$ 22,7 milhões – um aumento de 68% em relação ao 1º trimestre do ano passado.

No entanto, é necessário ressaltar que tais resultados poderiam ter sido sensivelmente melhores, caso muitos dos seus gestores não tivessem comprometido a saúde financeira da empresa e maculado sua imagem.

Além disso, sempre estivemos junto do principal patrimônio desta instituição: seus funcionários. Eles já superaram outros obstáculos no passado e não medem esforços para manter o BRB sólido financeiramente, com atendimento e prestação de serviços cada vez melhores.

Estamos iniciando mais uma campanha junto com a categoria bancária em nível nacional e da mesma forma que reivindicamos nos anos anteriores, propomos que o BRB sente à mesa da Fenaban, assinando um pré-acordo se comprometendo a cumprir a Convenção Coletiva Nacional, como ponto de partida de nossas negociações. Esta estratégia garantiu nos últimos anos a reposição da inflação e aumento real para os funcionários, fortalecendo as reivindicações específicas no processo de negociação direta com o banco.

Do ponto de vista da organização da campanha, estaremos integrados à Conferência Nacional dos Bancários no final de julho em São Paulo, buscando fortalecer a luta dos trabalhadores do ramo financeiro para que o acordo da Fenaban seja o melhor possível.”

Lucro Líquido Anual do BRB – 2003 a 2006 (em R$ milhões)

2003

2004

2005

2006

Evolução 2003 a 2006

13,7

17,8

23,8

89,3

552%


Seminário

Após a Conferência Nacional, os delegados sindicais do BRB farão um seminário específico para discutir o encaminhamento da campanha nacional, em data a ser definida.