Comando Nacional apresenta à Fenaban pesquisa sobre impacto da covid-19 na saúde dos bancários

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O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, na tarde desta terça-feira (8), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para apresentar a “Avaliação longitudinal do impacto do SARS-CoV2 no sistema nervoso em bancários”. Os resultados integram a pesquisa do estudo Neurocovid, que abrange mais de 10 mil participantes e foi coordenada pelas professoras doutoras Clarissa Yassuda e Márcia Bandini, pesquisadores docentes da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, que participaram da reunião.

Márcia Bandini revelou que prefere utilizar a palavra “efeitos prolongados” ao invés de “sequelas desta doença”, completando: “Aparentemente, os efeitos da covid-19 são temporários. A gente sabe que nossos colegas de trabalho ou familiares que foram contaminados não são os mesmos. A gente sempre soube, também, que a covid-19 provoca efeitos logo após a passagem da doença. Alguns deles descobrimos que passam no curto prazo, outros não.”

Para a professora doutora Clarissa Yasuda, participar de uma reunião como a desta terça-feira foi uma experiência diferente e inovadora. “Participo com muita satisfação, por transformar os dados que a gente coleta em algo que seja útil para os trabalhadores e para toda a sociedade.”

“Estudos como esses são fundamentais e apresentados em tempo hábil para que, diante dos conhecimentos acumulados, os trabalhadores tenham ainda mais noção das ameaças à saúde. Por outro lado, respaldam ainda mais o Sindicato nas negociações em curso com os bancos”, explica o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

A pesquisa alerta sobre os efeitos neurológicos tardios da covid, tais como fadiga, ansiedade, depressão, sonolência, problemas de memória e até alterações de libido sexual. Nestes termos, a diretora da Secretaria de Saúde do Sindicato, Vanessa Sobreira, reitera a importância do registro de CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) aos colegas que testaram positivo para covid. “Esse estudo, além do diagnóstico apresentado, é muito importante para subsidiar proposições, como a necessidade de estabelecimentos de rotinas de avaliação e acompanhamento de retorno ao trabalho para todos adoecidos por covid, com vistas a estabelecer rotinas, repactuar metas de acordo com o quadro provocado pelos efeitos de longo prazo da covid e proteção dos direitos e emprego dos colegas”, acrescenta a dirigente. E conclui: “Esses e outros pontos serão reforçados pelo movimento sindical em mesa de negociação com os bancos”.

Juvandia Moreira, coordenador do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), afirmou que, além de apresentar o corte para a categoria bancária da pesquisa, o encontro também serviu para reforçar as reivindicações da categoria com relação aos protocolos de segurança sanitária, que garantem a saúde e a vida da categoria, apresentados nas reuniões realizadas dias 18 e 31 de janeiro. “O que nós queremos é que os trabalhadores sejam atendidos, assistidos, cuidados, para que depois não vire afastamento, com efeitos piores, e, posteriormente, demissões. Nós queremos continuar com esse debate na mesa e também fazer uma discussão banco a banco.”

Carnaval

O Comando Nacional dos Bancários cobrou ainda a decisão da Febraban sobre os dias do Carnaval. Para os representantes dos trabalhadores, o feriado deve ser mantido.

A Fenaban informou que não haverá atendimento ao público nas agências na segunda e na terça-feira (28 de fevereiro e 1 de março). Na quarta-feira de cinzas (2), o atendimento começa às 12h, com fechamento no horário normal. Nas localidades em que os fechamentos são antecipados, desde o início da pandemia, será garantido o mínimo de três horas de atendimento.

Da Redação com Contraf-CUT