COE Itaú cobra de diretor do banco respostas a preocupações dos bancários

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A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu na última quinta-feira (6) com o diretor executivo de RH do Itaú, Sérgio Fajerman, para tratar de questões que são motivo de preocupação constante entre os funcionários. O encontro ocorreu na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo.

Convidado pela representação dos trabalhadores para falar sobre expectativas para 2020 e mudanças provocadas pelas tecnologias digitais no sistema financeiro nacional, o executivo foi questionado também sobre emprego, saúde, condições de trabalho, fechamento de agência, diversidade, entre outros temas.

Além dos membros da comissão, entre os quais o diretor da Fetec-CN e funcionário do Itaú em Brasília, Washington Henrique, participaram também do encontro com o diretor do banco as coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira e Ivone Silva.

Sérgio Fajerman vê o sistema financeiro brasileiro atualmente como “uma arena competitiva muito diferente do passado, na qual o Itaú está presente, com relevância, e sabe que terá de encarar temas muito novos, devido a avanços tecnológicos dos bancos digitais”. A modernização do sistema tecnológico do Itaú, segundo ele, deverá começar em breve, com o sistema operacional do banco rodando normalmente.

O representante do banco apontou como meta a busca por nova forma de atender clientes, diferente da estratégia departamentalizada de hoje, com clientes digitais e clientes de agências. Ele considera também que as relações de trabalho baseadas em hierarquias são obsoletas e estão sendo substituídas pela dinâmica de grupos que trabalham juntos e que não têm tanta interferência do chefe. “Isso é algo que devemos implementar em breve”, afirmou.

Questionado pelos representantes dos trabalhadores, o diretor de RH do Itaú reconheceu ser alta a rotatividade de mão de obra no banco e afirmou que o problema deve ser enfrentado com investimento em treinamento e capacitação. Quanto a fechamento de agências, o executivo disse não ser possível assegurar que deixarão de ocorrer, mas que o número já está próximo do ideal.

Sobre diversidade, Fagerman afirmou que o banco tem elaborado programas de inclusão e sistemas internos para evitar qualquer tipo de discriminação e que já há avanços dentro dos prédios. O diretor da Fetec-CN, Washington Henrique, criticou a falta de diversidade nas agências e lembrou que, em Brasília, não há negros e negras em funções gerenciais. “É preciso que o banco adote medidas mais efetivas para mudar essa realidade”, enfatizou.

Ao abordar os temas saúde e condições de trabalho, o executivo disse que o bem-estar e o equilíbrio da vida pessoal e profissional do empregado são prioridades para o banco. Os representantes dos funcionários lembraram, por sua vez, o grande número de bancários e bancárias, inclusive jovens, acometidos por transtornos mentais e diversos outros problemas relacionados ao trabalho. “É importante que o banco encare saúde e condições trabalho como questões prioritárias, conforme temos cobrados insistentemente no GT de Saúde e nas mesas de negociação”, destaca Washington.

A COE cobrou do diretor do banco a antecipação da PLR e a resposta foi que, em razão dos processos internos, o Itaú deve continuar sendo o último banco a fazer o pagamento, já que ainda não foi fechado o valor.

Da Redação com Contraf-CUT