COE cobra e Itaú explica acordo de teletrabalho e quitação das obrigações do registro de ponto

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Proposta foi apresentada em outubro pelo banco e tem gerado dúvidas

Depois de cobrança da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, a direção do banco fez, nesta terça-feira (17), uma nova apresentação das propostas para um acordo sobre teletrabalho, ponto eletrônico e acordo de quitação do espelho do ponto.

O acordo deve regular o teletrabalho para cerca de 38 mil funcionários. Porém, ainda não foi apreciado por todos os trabalhadores, devido a dúvidas geradas na apresentação realizada em 28 de outubro para a COE. Além dos membros da COE, participaram do encontro os presidentes dos sindicatos e das federações de todo o Brasil.

A reunião começou com o tema que tem gerado mais dúvidas: o controle da jornada de trabalho com ponto eletrônico. O Itaú explicou como será feito todo o processo, que deve abranger cerca de 57 mil funcionários. O projeto piloto está sendo testado desde 2019, com mil bancários, inicialmente da área de tecnologia e algumas agências de São Paulo, e se expandiu para outras áreas.

Além do controle mensal do registro de ponto diário, os funcionários terão acesso a um termo de quitação semestralmente de horas, quando terão a possibilidade de manifestarem-se pela concordância ou não dos registros. Caso não haja concordância, o funcionário deve procurar os sindicatos e abrir um chamado na Central de Pessoas. Os sindicatos acompanharão todo o processo para garantir que não haja irregularidades. Importante ressaltar que a quitação é opcional e se refere somente à jornada trabalhada, não impedindo nenhuma outra reclamação trabalhista. O banco também informou que as entidades se comunicarão com os funcionários através do e-mail corporativo da empresa.

“O Sindicato questionou o banco e solicitou que os assuntos fossem tratados de forma separada e em momentos distintos, diferentemente da proposição do banco, que reafirmou o tripé da proposta, ou seja, tratar no mesmo termo teletrabalho (remote first, na denominação adotada pelo Itaú), sistema alternativo de controle de jornada e termo de quitação das anotações no registro do ponto eletrônico”, explica Washington Henrique, diretor da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Home office (remote first)

O banco informou que o modelo por ele denominado de remote first será um novo paradigma de trabalho, que caminha na direção de ser um banco digital.

Garantia de ajuda de custo

O banco reafirmou também que irá pagar uma ajuda de custo de R$ 80,00 por mês. O pagamento será feito em duas parcelas semestrais de R$ 480,00 cada. O Itaú garantiu ainda que irá respeitar os intervalos para refeição e os períodos de descanso. Serão mantidos, integralmente, os vales refeição e alimentação. O vale transporte vai ser pago proporcionalmente, para os dias em que o funcionário fizer o trabalho presencial, no local de trabalho. O banco vai fornecer o computador para o trabalho em home office, além do que batizou de kit conforto, que compõe teclado, mouse e cadeira ergométrica.

“A reunião foi esclarecedora e proveitosa, porque as dúvidas e questionamentos levantados pelos dirigentes sindicais ajudaram a compreender os pontos da proposta. O passo seguinte, agora, é debatê-la no âmbito da diretoria do Sindicato, em conjunto com as assessorias e percepção dos colegas da base, para que possamos assim orientar os próximos passos”, destaca Kleytton Morais, presidente do Sindicato.

Da Redação com Contraf-CUT