A agência Planaltina do Bradesco atende, na boca do caixa, cerca de mil e quinhentos funcionários de empresas estabelecidas na região para receber o salário. A atividade, em tempos de pandemia do novo coronavírus, representa um alto risco de contaminação de bancários e dos próprios trabalhadores durante a transação. O Sindicato realizou uma diligência na agência nesta segunda-feira (11) e encaminhou ofício ao departamento de gestão de pessoas do banco cobrando uma solução imediata para um velho problema.
A crise de saúde trazida pelo vírus expõe a falta de espaço físico adequado da agência e revela que o número de funcionários não é suficiente para atender a demanda, ainda mais com o afastamento de muitos bancários, por serem do grupo de risco, entre outros motivos.
No ofício, o Sindicato solicita que o banco “apresente um plano de contingenciamento onde conste a forma como se organizará o atendimento com efetivo de funcionários disponível e quantidade de atendimento por dia a essa demanda”.
Além disso, a entidade apresentou algumas alternativas para solucionar o grave problema por que passam bancários e bancárias lotados na agência. Confira:
– Propor à empresa a realização de saque único ou escalonado, mediante provisão e regras do banco e sistema, em que a própria empresa realizará em sua sede ou lugar de preferência o pagamento excepcional aos trabalhadores;
– Organizar cronograma de atendimento presencial, segundo critério de agendamento por hora marcada, de maneira a garantir segurança no atendimento, tempo de espera e proteção à saúde e vida de clientes e funcionários. Nestes termos, considerando as restrições de espaço e de número de funcionários para realizar atendimento, cremos razoável estabelecer número máximo de atendimento por dia;
– Rever estrutura física e ampliação de dotação de funcionários, consoante realidade do atendimento ao público;
– Reiterar a importância de a empresa assegurar abertura de conta salário ou outros meios para pagamento eletrônico dos salários dos trabalhadores.
“Pedimos uma resposta tempestiva do banco para que no próximo ciclo de pagamento esses trabalhadores tenham acesso ao seu salário de uma forma segura tanto para eles quanto para os bancários da agência”, afirma Kleytton Morais, presidente do Sindicato.
“A imposição dessa forma de atendimento, agravada neste momento de pandemia, revela ainda mais a falta de respeito e compromisso do Bradesco tanto com seus funcionários quanto com clientes e usuários de baixa renda. Há tempos que nosso Sindicato acompanha e reúne provas relacionadas ao drama dos colegas bancários e bancárias de Planaltina, para, em momento oportuno, apresentar reclamações formais junto ao Bacen, Procon e Ministério Público do Trabalho, a fim de proporcionar um ambiente de trabalho saudável e digno para todos”, acrescenta Juliano Braga, dirigente da Fetec-CUT/CN.
Joanna Alves
Do Seeb Brasília
