Campanha “Quem tem fome tem pressa” entrega 30 cestas de alimentos ao Coletivo de Mulheres Negras Baobás do DF

0

O Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus do Sindicato fez a doação, por meio da campanha “Quem tem fome tem pressa”, de 30 cestas de alimentos ao Coletivo de Mulheres Negras Baobá do DF, que atua na ocupação do Setor de Chácaras Lúcio Costa, para dar suporte às mulheres do local. A entrega foi realizada no dia 10 deste mês.

O Coletivo conta com 11 mulheres negras Baobá que, voluntariamente, se colocam à disposição da luta pelo enfrentamento ao racismo, machismo e sexismo das que vivem em condição de vulnerabilidade social e racial.

Durante a entrega das doações, a secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado, esclareceu que, graças à contribuição financeira dos bancários e bancárias, é possível adquirir os produtos para formar as cestas e levar segurança alimentar e sanitária aos que vivem em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia. Ela lembra que desde o ano passado o movimento vem sendo beneficiado pela campanha “Quem tem fome tem pressa”.

“Nós sabemos que as mulheres são as grandes responsáveis pelas suas famílias. São elas que cuidam dos familiares, desde as crianças até os idosos, especialmente da alimentação de todos. Infelizmente, em função da pandemia, muita gente ficou desempregado e sem condições de comprar até mesmo o pão de cada dia. Por isso, é muito gratificante podermos colaborar com a doação destas cestas de alimentos”, comentou Zezé.

Samantha Sousa, diretora da Fetec-CUT/CN, endossou as palavras de Zezé, lembrando que as mulheres negras foram as que mais perderam renda durante a pandemia, porque é a parte mais vulnerável da população. “Neste momento, é fundamental ajudar o próximo, especialmente em um lar que foi afetado financeiramente, em função do desemprego”, reitera.

Rosimar Santos, integrante do Coletivo, agradeceu ao Sindicato pelas doações, ressaltando: “É sempre uma alegria estarmos reunidos numa soma de esforços com as pessoas que querem nos ajudar para que esse alimento chegue até a mesa dos menos favorecidos, juntamente com a consciência política que temos de que é necessário lutar por dias melhores, por nossos direitos e para termos voz ativa na sociedade”.

“Ação emergencial para as famílias negras”

O Coletivo de Mulheres Negras Baobá do DF, criado em dezembro do ano passado, deu continuidade à ação emergencial de ajuda às famílias negras de comunidades que vivem em total vulnerabilidade, cuja situação se agravou substancialmente com a pandemia da Covid-19.

“São 26 famílias que atendemos, chefiadas, a maioria, por mulheres negras solo, trabalhadoras na reciclagem, serviço doméstico, que ficaram desempregadas e desamparadas pelas demissões. As ações solidárias são realizadas mensalmente, quando entregamos cestas básicas, cestas verdes e ovos. Promovemos bazar com a distribuição de roupas, brinquedos, calçados e livros didáticos e de literatura”, informa a jornalista Jacira da Silva, integrante do Coletivo.

Jacira acrescenta: “Temos nossas histórias e trajetórias de vidas, e nos colocamos na linha de frente para, juntas, estarmos amenizando o sofrimento destas mulheres negras que historicamente são discriminadas pelo racismo estrutural e estruturante. É um trabalho comunitário sem paternalismo, nem demagogia política, mas sim um grande compromisso e comprometimento de levar comida para os pratos vazios destas famílias, crianças e maridos desempregados, crianças sem nenhum acesso às políticas públicas, além da violência doméstica de que a maioria das mulheres são vítimas”.

Trabalho de conscientização

O Coletivo de Mulheres Negras Baobá conta com as parcerias do Sindicato dos Bancários de Brasília, Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Projeto Dividir/MST, CUT-DF e doações de famílias, conhecidos e do próprio Coletivo. O objetivo é contribuir na independência econômica e financeira dessas mulheres, e fazer atividades de formação para saberem quem são, como estão e o que seus desejos e aspirações. São realizados trabalhos de conscientização da questão racial, de gênero, acompanhados do questionário sociofamiliar para conhecer as suas necessidades e prioridades.

Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o Coletivo vai realizar uma Roda de Conversa sobre a data e o seu significado. Também será iniciado o projeto de Alfabetização, em agosto.

Quem tem fome tem pressa

Saiba mais sobre o projeto do Sindicato “Quem tem fome tem pressa” e colabore com sua doação clicando aqui.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília