Concentrados em frente à agência do BRB no Setor Comercial Sul, diretores do Sindicato e da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) conversaram na manhã desta quarta-feira (19) com bancários, clientes e usuários sobre a Campanha Nacional dos Bancários de 2020. O ato começou às 10h30 e contou com intervenção musical.
Respeitando o distanciamento social, em virtude da pandemia do novo coronavírus, os dirigentes sindicais expuseram faixas e percorreram agências do Banco do Brasil, da Caixa, do BRB, do Bradesco e do Itaú. O diálogo com bancários e bancárias ressaltou a importância da mobilização nessa fase da campanha, uma vez que os bancos tentam impor retrocessos aos trabalhadores. Para divulgar a campanha e chamar a atenção da população para a luta da categoria, que é também de usuários e clientes, o Sindicato também colocou um carro de som circulando pelas principais concentrações do DF. Ouça a mensagem a seguir:
“Enquanto o povo sofre, enquanto quase 110 mil famílias brasileiras perderam um ente querido, os banqueiros lucram bilhões. A pandemia não chegou para o dono dos bancos, encastelados, sentados em suas fortunas. Nossa campanha também luta pela reversão desses lucros para o povo brasileiro”, pontua José Wilson, secretário de Formação Sindical da Fetec e bancário aposentado do BB.
As rodadas de negociação com os representantes dos bancos ainda não atenderam os anseios expressos pela minuta de reivindicações dos trabalhadores, logo, a participação ativa da categoria se torna ainda mais fundamental. “É importantíssimo que bancárias e bancários estejam atentos, acompanhando as notícias e participando ativamente da luta, pois o cenário exige união da categoria para juntos construirmos a vitória”, alerta Ronaldo Lustosa, secretário de Assuntos Parlamentares do Sindicato e bancário do BRB.
Na rodada desta terça (18), os bancos apresentaram uma proposta que reduz a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores. Contra a posição desrespeitosa dos banqueiros, o diretor da Fetec-CUT/CN Washington Henrique frisa que “os trabalhadores rejeitaram de pronto a proposta de redução de até 48% na PLR. É descabido apresentar um retrocesso desse aos bancários. Não vamos ‘morrer’ de trabalhar, inclusive na linha de frente da pandemia do novo coronavírus, para não ter uma PLR digna”.
A defesa dos bancos públicos, parte da pauta dos bancários, também foi discutida durante as visitas às agências. Com os ataques recentes às empresas públicas brasileiras pelo governo, a atuação dos trabalhadores e da sociedade são fundamentais para proteger o patrimônio do povo.
Segundo Elis Regina, secretária de Bancos Públicos da Fetec-CUT/CN, com o fatiamento da Caixa, por meio da MP 995 de Bolsonaro, por exemplo, os investimentos em políticas públicas seriam deixados de lado, já que a sanha do capital financeiro é majoritariamente direcionado ao FGTS. “Precisamos lutar pela Caixa 100% pública, por algo muito maior, que abranja as necessidades do nosso país como um todo”, frisa.
Nesse sentido, Kleytton Morais, presidente do Sindicato, destacou em uma de suas falas que “o Sindicato tem adotado uma série de procedimentos e interlocuções com outras entidades representativas e com o parlamento, uma movimentação que busca agregar mais força à nossa luta em defesa e pela valorização da imagem dos bancos enquanto públicos, pela proteção destas instituições e dos direitos do povo”.
Joanna Alves
Do Seeb Brasília
