Campanha do Sindicato “Quem tem fome tem pressa” doa 200 cestas de alimentos aos quilombolas Kalunga de Diadema e Ribeirão

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A campanha “Quem tem fome tem pressa”, promovida pelo Sindicato, chegou às comunidades quilombolas Kalunga de Diadema e Ribeirão, em Teresina de Goiás, no sábado (10), quando o Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus fez a entrega de 200 cestas de alimentos. Desde o seu lançamento, em 1º de maio do ano passado, até agora já foram doados cerca de 80 mil quilos de alimentos à população do Distrito Federal e Entorno (Cocalzinho, Formosa, Campos Belos, Silvânia, entre outras cidades).

As doações contam com a ajuda financeira da categoria bancária, que possibilita levar segurança alimentar e sanitária aos que vivem em situação de vulnerabilidade social. “A colaboração dos bancários e das bancárias proporcionam uma revitalização da esperança numa sociedade solidária neste momento de dor e medo que o Brasil atravessa. E poder contribuir com os quilombolas é sempre gratificante”, destaca o diretor do Sindicato Eduardo Araújo.

“Participar dessa campanha é uma experiência muito boa. Nesta comunidade, vimos o tamanho, a riqueza e a diversidade que aqui existem, muita coisa ainda a ser explorada, mas de forma respeitosa com as tradições do povo quilombola”, ressalta Antonio Abdan, diretor do Sindicato e coordenador do projeto, acrescentando que “o Sindicato está muito feliz com essa iniciativa enriquecedora para cada um de nós”.

Secretária de Mulher da Fetec-CUT/CN, Elis Regina comenta que o difícil acesso às comunidades quilombolas é uma barreira para que o voluntariado chegue à região. “Mas, felizmente, com esse ato solidário tivemos uma experiência enriquecedora, pois, além de poder beneficiar muitas famílias, recebemos uma infinidade de informações socioculturais lindíssimas daquele povo, que tem uma história rica e grandiosa”.

Elis acrescenta que já esteve em outros quilombos, mas este lhe chamou a atenção pela presença ativa e proativa das mulheres locais, que são chefes de famílias e têm histórias bem interessantes. “Elas lideravam grupos para resolver diversas demandas da comunidade e criaram associações que levam nomes femininos”. E cita, como exemplo, a nativa da região, Eleuza Pereira, historiadora e especialista no ensino de história e cultura afro-brasileira indígena. Atualmente, é secretária de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Teresina de Goiás, e trabalha com afinco para implantar as políticas direcionadas às necessidades da comunidade. “Ela costuma afirmar que a igualdade tem de ser para todos, se tem comida na mesa para os ricos, tem de ter para kalungas, os quilombolas e os pobres”.

Humberto Almeida, diretor do Sindicato, reitera a importância da campanha e assinala: “Estivemos em um ambiente de muita beleza e muita cultura, para poder contribuir para amenizar a situação de vulnerabilidade social, com a falta de perspectiva de um povo respeitoso que vive dentro do seu quilombo e que precisa muito do apoio da sociedade, especialmente neste momento tão difícil de pandemia”.

“Um por todos e todos por um”

Em 1991, os territórios Kalungas de Diadema e de Ribeirão foram patrimonializados pela Unesco, Fundação Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Ministério da Cultura.

Durante a visita aos quilombolas, a representante da comunidade, Eleuza Pereira, agradeceu aos dirigentes do Sindicato pela doação das cestas de alimentos. “Temos muita urgência porque quem tem fome tem pressa. Estamos muito gratos com a contribuição de vocês, que trouxeram alimento para ser colocado na mesa de nosso povo. Ubuntu – um por todos e todos por um”.

“Como representante desse povo quilombola, agradeço ao Sindicato por essas doações de cestas básicas que, com certeza, vão ajudar as pessoas que tanto precisam”, endossou o vereador de Teresina de Goiás Jackson Magalhães.

Saiba mais sobre o projeto do Sindicato e colabore com sua doação clicando aqui.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília