Caixa volta a frustrar empregados em mais uma mesa de negociação

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A Caixa Econômica Federal não apresentou propostas para as reivindicações dos empregados durante a mesa de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), realizada nesta quinta-feira (2), em São Paulo. Todos os itens discutidos foram norteados pela cobrança da manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados do banco.

A mesa para apresentação de proposta do banco foi marcada para o dia 7, na sequência da esperada rodada entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. No dia 8, os bancários de todo o país realizarão assembleias para avaliação da contraproposta.

“Cobramos com veemência respostas para os pontos que ficaram pendentes das reuniões passadas e, principalmente, a renovação do nosso acordo coletivo de trabalho, com avanços e sem retirada de direitos”, resume o diretor do Sindicato Wandeir Severo, que representa a Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na CEE/Caixa. “Também cobramos o pagamento da PLR e da PLR Social e a manutenção do Saúde Caixa, uma das principais ameaças, mas o banco não deu garantias”.

Veja as reivindicações tratadas na reunião:

PLR e PLR Social

Os empregados cobraram a garantia da PLR e da PLR Social, mas o banco não garantiu o direito, mantendo a limitação imposta pelo governo. 

Saúde Caixa 

A Caixa afirmou que irá aplicar a resolução 23 da CGPAR e não garantiu a manutenção do modelo Saúde Caixa da forma que foi criado. A resolução afeta não apenas o plano de saúde dos empregados da Caixa, mas o de todas as empresas públicas. “Cobramos Saúde Caixa para todos, sem discriminação, sem retrocessos, dentro do acordo coletivo e dos futuros editais para concursos”, reforçou Wandeir.

De acordo com a Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e representante da Contraf-CUT nas negociações, é preciso reforçar a defesa do plano de saúde. “O Saúde Caixa é fruto de uma conquista da greve de 2003. Reforçamos a defesa do Saúde Caixa autossustentável, da sua melhoria e que o empregado possa utilizá-lo na sua totalidade quando necessário”, disse.

Contratações e vedação do descomissionamento de gestantes 

A CEE cobrou da Caixa o fim dos descomissionamentos de gestantes e a contratação de mais empregados, tendo em vista que a regra do banco para os descomissionamentos é omissa. A reivindicação é pelo não descomissionamento da gestante e pela segurança de que, após a volta ao trabalho, ela possa usufruir de mais 6 meses de função sem haver descomissionamento.

A situação de sobrecarga de trabalho nas agências é outro fator preocupante que precisa de uma solução urgente. Hoje os empregados sofrem com o acúmulo de trabalho, sendo que a redução de trabalhadores faz com que as unidades se tornem ambientes cada vez mais propícios ao adoecimento.

O banco não apresentou proposta para ambas as reivindicações e indicou a possibilidade de contratar terceirizados para atividade-fim.

Bancário temporário

A revogação do RH 037 mais uma vez esteve em pauta na mesa de negociação, porém, mais uma vez, a resposta da Caixa foi negativa à reivindicação. O normativo, que passou por atualização em agosto de 2017 para se adequar à Lei da Terceirização, permite a contratação de trabalhadores temporários sem qualquer vínculo empregatício com o banco, por meio de empresas que fornecem mão de obra terceirizada, para a realização de tarefas de técnico bancário.

Os empregados também discutiram a criação de um programa de tratamento para dependentes químicos. Foram apresentados todos os pontos discutidos no último Conecef, fórum deliberativo dos empregados, como a defesa da Caixa 100% pública, nenhum direito a menos e saúde e condições de trabalho – sem respostas do banco.

A Comissão Executiva da Caixa marcou uma reunião com o banco no dia 7 para a apresentação de uma proposta. Os empregados esperam que a proposta seja apresentada para que seja avaliada junto com a proposta da Fenaban nas assembleias, em todos os sindicatos do país, no dia 8.

Da Redação com Contraf-CUT