Caixa tem lucro de R$ 3,92 bilhões no primeiro trimestre de 2019

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A Caixa anunciou, nesta segunda-feira (24), que teve um lucro líquido de R$ 3,92 bilhões no primeiro trimestre de 2019, alta de 22,9% em relação ao mesmo período de 2018. Segundo o banco, o aumento do lucro foi gerado, principalmente, pela estabilidade da margem financeira, pela redução de 24,4% nas despesas de PDD, e pelo aumento de 2,3% nas receitas de prestação de serviços. A rentabilidade permaneceu em 15,8%, percentual igual ao mesmo período do ano passado.

Embora o lucro tenha sido expressivo, a Caixa continua com a política de redução de empregados. Em um ano foram extintos 1.508 postos de trabalho (na comparação com o primeiro trimestre de 2018), e encerrou o mês de março com 84.826 empregados. O novo PDV, lançado em maio, mostra que a Caixa vai reduzir mais ainda os postos de trabalho. A expectativa é atingir 3.500 trabalhadores.

No primeiro trimestre de 2018 também foram fechadas 14 agências, 26 lotéricos e 971 correspondentes Caixa Aqui.

Para Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT, o resultado mostrado no destaque do Dieese reforça a importância da Caixa se manter pública. Porém, a redução do quadro de funcionários mostra que o banco deixou de se preocupar com seu papel social.

“A Caixa já é um dos bancos com menos empregados dentre os quatro maiores. Nos últimos 12 meses foi o com maior queda percentual no número de empregados; em dezembro de 2014 contava com 101 mil, pelos números do primeiro trimestre está com 84.826 mil”, aponta Fabiana.

Carteira de crédito

De acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a carteira de crédito ampliada atingiu R$ 685,8 bilhões, com queda de 2,0% em 12 meses, e de 1,2% em relação ao 4º trim/2018. A Carteira Comercial Pessoa Física (PF) teve queda de 10,7% em 12 meses, atingindo, aproximadamente, R$ 81,1 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Jurídica (PJ), apresentou queda maior (-28,2%), somando R$ 47,0 bilhões, principalmente para a queda de 40% da carteira para grandes empresas.

O crédito imobiliário cresceu 3,3%, num total de R$ 447,4 bilhões, e a carteira de infraestrutura 1,3%, totalizando R$ 83,7 bilhões. As variações estão de acordo à estratégia de reforçar a atuação em crédito imobiliário, infraestrutura, microcrédito, consignado e cartão consignado, segundo o banco. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,47%, com redução de 0,44 p.p.

As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias cresceram 2,3%, totalizando R$ 6,5 bilhões. Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, apresentaram expansão de 11,7%, atingindo R$ 6,3 bilhões, impactadas pelo aumento das indenizações trabalhistas (86,3%) relativas aos planos de desligamento voluntário no período. Com isso a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 103,9%.