Caixa lucra às custas de prejuízo dos participantes da Funcef

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A alteração do regulamento do plano REG/Replan não saldado da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), para atender às determinações da Resolução 25 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), criou um efeito contábil que aumentou o lucro da Caixa em cerca R$ 1 bilhão em 2020. Mas a mudança gerou prejuízos aos empregados participantes do plano de previdência.

“Trata-se de uma reversão das provisões atuariais do plano, que foi reconhecida como resultado de serviço passado e registrado no balanço, criando um efeito contábil que aumentou o lucro do banco”, explica Fabiana Uehara, diretora do Sindicato, que é coordenadora da Comissão Executiva (CEE) da Caixa. “Traduzindo, às custas de direitos dos participantes previstos em regulamento do REG/Replan, a administração de Pedro Guimarães divulgou um lucro do banco de quase R$ 1 bilhão a mais”, completa.

“Na realidade, o lucro anunciado por Pedro Guimarães se traduz em destruição da Caixa, prejuízo à saúde de seus empregados, pela falta de contratação e prejuízos à Funcef pela parceria viciosa entre a direção do banco e da Fundação em desfavor dos participantes”, pontua Maria Gaia, diretora da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e membro do Conselho Deliberativo da Funcef.

Eventos não recorrentes

No balanço, este lucro é registrado como “evento não recorrente”. Ou seja, não foi resultado da operação do banco. “Para dizer que o banco está tendo melhor desempenho em sua gestão, este artifício tem sido comum na gestão Pedro Guimarães. Mas, a verdade é que se tratam de artifícios que mostram o resultado contábil e esconde a perda de ativos que garantiria o resultado permanente. No futuro, o banco não terá este patrimônio à sua disposição”, explica a economista Vivian Machado, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Quando se alterou o estatuto do banco, incluindo um teto para o custeio do Saúde Caixa em 6,5% da folha de pagamentos, também ocorreu um efeito contábil que aumentou o resultado do banco em R$ 5,2 bilhões. Em 2020, na reforma estatutária, a administração de Pedro Guimarães manteve este limitador. O mesmo ocorreu com a venda de ações do IRB, Petrobras, Banco Pan, carteiras de títulos e, recentemente, com o IPO da Seguridade.

Da Redação com Contraf-CUT