Caixa 161: a luta é também em defesa do Saúde Caixa

0

Considerado serviço essencial em meio à maior crise sanitária da história, a atividade bancária se manteve ativa desde o início da pandemia. A Caixa Econômica Federal, em especial, cumpriu seu papel social e, por meio da operacionalização de programas sociais para a população, levou renda para os que mais precisaram.

Entretanto, a mudança de cenário escancarou fragilidades e colocou bancários e bancárias expostos à Covid-19. A categoria teve de lidar com um verdadeiro caos por falta de planejamento e estratégia. Exemplo disso, o estudo “Covid-19 como uma doença relacionada ao trabalho”, realizado em 2021, revelou que 70% dos bancários da Caixa trabalharam em condições inadequadas durante a pandemia.

Muitos problemas foram enfrentados, desde filas intermináveis a agências onde faltavam ventilação, janelas ou abertura para o ambiente externo e máscaras em número insuficiente para trocas periódicas.

Outro estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que a quantidade de óbitos entre bancários da instituição triplicou. De acordo com o levantamento, o percentual de aumento no índice de mortes de empregados do banco público chega a 254% quando comparados aos primeiros quadrimestres de 2020 e 2021.

Para a empregada da Caixa e secretária geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, Fabiana Uehara, os números comprovam a necessidade de a instituição financeira investir para preservar a saúde dos empregados. Nesse sentido, o Sindicato tem cobrado constantemente dos bancos a fiscalização e o cumprimento dos protocolos de segurança, distanciamento entre as pessoas, desinfecção efetiva no ambiente de trabalho, afastamento dos casos comprovados e suspeitos, testagem e muito mais.

Mas, para além da melhoria das condições de trabalho, Fabiana ressalta que outras lutas também são necessárias, como a defesa do Saúde CAIXA, que é o plano de saúde da categoria, benefício conquistado historicamente pelos trabalhadores.

Apesar da vitória mais recente dos trabalhadores em empresas públicas com a aprovação do PDL 342/2021, que suspendeu os efeitos da CGPAR 23 – Resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União -, que impunha um custeio de 50% pelos empregados, impedia o ingresso de novos participantes no plano e representava inúmeros prejuízos aos trabalhadores, o Saúde Caixa ainda sofre constantes ataques que precisam ser combatidos com a unidade da categoria.

Fabiana Uehara explica ainda que o Sindicato tem proposto melhorias nas questões que se referem ao Saúde Caixa. Em janeiro, por exemplo, o Sindicato enviou ofício à Caixa com diversas reivindicações para melhorar o funcionamento do plano.

“Estamos lutando bravamente para melhorar efetivamente o atendimento da central, por mais credenciados, para garantir o cumprimento dos prazos de autorização de procedimentos, reembolso entre outros. O papel do Saúde Caixa não é ter superávit e sim dar suporte para os empregados, aposentados e seus familiares quando necessário. É um absurdo o sucateamento, não consigo achar palavra melhor para descrever o que estão fazendo em nosso plano de assistência à saúde. Vamos continuar lutando pela sua manutenção e pela melhoria dos serviços”, concluiu.