BRB quer acabar com a incorporação de função

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Assim como ocorreu na negociação com a Fenaban (federação dos bancos), as negociações com o BRB não avançaram e chegou a um ponto de impasse: a cláusula que trata da incorporação de FG e AG, que é incorporada pelo funcionários com 10 anos ou mais no exercício da função.

O banco afirmou categoricamente que quer acabar com a incorporação, já liquidada pela nova lei trabalhista. Diretores do Sindicato e da Fetec/CUT/CN reforçaram a necessidade de manutenção da cláusula e que os empregados com direito à incorporação não podem ser prejudicados com a fragilização das relações de trabalho.

“O banco alega que faz isso porque agora a legislação trabalhista permite, e que isso é para diminuir despesas. Ora, é descabida essa argumentação, pois se ao banco não for possível de perceber se o empregado é adequado ou não a uma FG ou AG em 10 anos, o problema não é a incorporação, é a gestão que é incompetente. É no mínimo justo que, após 10 anos exercendo uma FG ou AG, o bancário não sofra redução de remuneração caso o banco queira retirá-la”, declara Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato.  

“Até porque, para quem já incorporou, fica como está. E para o futuro, somente ocorrerá a retirada de quem o banco quiser perseguir, pois em uma gestão séria, quem tem capacidade não precisa ser rebaixado ou descomissionado”, complementa Ronaldo Lustosa, também diretor do Sindicato.

Outros pontos foram discutidos na negociação. A seguir o Sindicato apresenta um resumo:

– reajuste de salários e auxílios diversos – aplicar o percentual pactuado com a Fenaban;

– adicional por tempo de serviço – o banco mantém;

– adicional noturno – o banco quer retirar do acordo e pagar somente o que a CLT determina, o que significa rebaixar o adicional para os empregados do BRB;

– isenção de cobrança de até 7 transferências eletrônicas e 11 saques – o banco mantém;

– programa de alimentação do trabalhador (auxílio alimentação/refeição) – o banco mantém, inclusive a 13ºª cesta alimentação;

– reembolso escolar, todas as modalidades – o banco mantém;

– auxílio academia, auxílio natalidade, auxílio funeral – o banco mantém;

– Vale Cultura – o banco quer acabar com o Vale. O Sindicato defendeu a manutenção da cláusula que atende a aproximadamente 400 bancários, ou alternativamente, incorporar o valor ao VP. O banco ficou de dar resposta;

– juros sobre o cheque especial de 3,2% – o banco mantém, porém o Sindicato reivindicou a redução do percentual para 1,5%, visto que a taxa Selic caiu bastante nos últimos dois anos;

PLR para a TI    

Na negociação o Sindicato cobrou do banco uma posição definitiva sobre o pagamento corrigido da PLR para os analistas de TI ocupantes de função comissionada, considerando o VP de analista de TI somado à gratificação. Quanto aos analistas de TI ocupantes da função de analistas, o BRB afirmou que terão o pagamento da PLR corrigido já agora referente ao primeiro semestre de 2018. Quanto aos outros analistas de TI ocupantes de outras funções, o banco nega a reivindicação, assim como nega correção semelhante para o consultor jurídico adjunto.   

Desconto da greve geral

O Sindicato reivindicou mais uma vez a devolução do desconto referente à greve geral de 30 de junho de 2017, propondo inclusive a retirada da ação trabalhista hoje em curso. O banco nega e afirma que aguardará a decisão judicial.

Por fim, o banco apresentou a proposta de unificação das funções de gerente de Negócio, analista e especialista, fixando como FG o menor valor (júnior), porém mantendo a remuneração dos que hoje recebem valores superiores como verba de caráter pessoal. O Sindicato irá debater a proposta em negociações futuras.

Novas rodadas

Ficaram agendadas mais três rodadas de negociação, para os dias 21, 22 e 24 de agosto. Nelas, entre outros assuntos, o banco ficou de apresentar proposta sobre jornada de trabalho, incluindo banco de horas e novo modelo de PLR para 2019.

“Foi frustrante a negociação. O banco não sinalizou positivamente, e mais uma vez, insiste em retirar conquistas. Temos de estar atentos e mobilizados para reverter esta postura intransigente”, descreve Ivan Amarantes, diretor da Fetec-CUT/CN.

Participaram também da negociação os empregados do BRB e diretores do Sindicato Eustáquio Ribeiro, Samantha Sousa e Raquel Lima, e também a diretora da Fetec/CUT/CN Cida Sousa.

Da Redação