Basta! Fora todos os suspeitos do BRB

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Nunca, nos seus 41 anos de existência, o BRB passou por tamanha crise moral, que envergonha toda a população do DF e mancha de forma

profunda a imagem dessa instituição financeira pública imprescindível para o desenvolvimento econômico regional.


Policiais civis do DF fazem busca e apreensão de documentos na sede do BRB, no Setor Bancário Sul

Nunca, nos seus 41 anos de existência, o BRB passou por tamanha crise moral, que envergonha toda a população do DF e mancha de forma profunda a imagem dessa instituição financeira pública imprescindível para o desenvolvimento econômico regional.

Os dois últimos presidentes do BRB — um nomeado pelo ex-governador Joaquim Roriz e outro pelo atual governador — foram presos em menos de um mês de diferença. Roberto Figueiredo foi detido em maio pela Polícia Federal, acusado de pertencer a uma quadrilha que fraudava obras públicas. Tarcísio Franklin de Moura foi preso nesta quinta-feira 14 pela Polícia Civil do DF, junto com o ex-diretor de Recursos Administrativos e Tecnológicos Ari Alves Moreira e o diretor do Cartão BRB, Rildo Ramalho Pinto, sob acusação de lavagem de dinheiro mediante fraudes em contratos do BRB.

Não há demonstração mais contundente da irresponsabilidade como o GDF trata o BRB — tanto na gestão Roriz quanto na de José Roberto Arruda.

Há anos o Sindicato vem denunciando as irregularidades administrativas no banco e exigindo do governo seriedade na nomeação dos dirigentes do BRB, visando preservar a saúde financeira e a imagem do banco, empresa que pertence ao povo do Distrito Federal e é imprescindível para o desenvolvimento econômico e social da região.

Durante a gestão de Tarcísio Franklin de Moura, no governo Roriz, o Sindicato e a deputada distrital Erika Kokay (PT) fizeram várias denúncias, inclusive ao Ministério Público, sobre os desvios de conduta da direção do banco. A mais visível delas foi o contrato de mais de R$ 100 milhões para a compra de equipamentos de informática com a Asbace (Associação Nacional de Bancos), na época presidida pelo próprio Tarcísio. Foi ainda detido na mesma operação o atual secretário-geral da Asbace, Juarez Lopes Cançado. De acordo com a polícia e o MP, a editora Corte – que seria usada como uma espécie de lavanderia do dinheiro desviado dos contratos do BRB e a Asbace –, pertence a Juarez.

Em depoimento prestado na Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil, Juarez disse que a terceirização dos serviços, nos moldes do que ocorre no BRB, existe também em outra instituição financeira oficial, a Nossa Caixa de São Paulo.