A Fenaban voltou a apresentar propostas que retiram direitos da categoria bancária na negociação desta quinta-feira (20) com o Comando Nacional dos Bancários. Os representantes dos bancos defenderam desta vez o fim da 13ª cesta alimentação e a redução da gratificação de função. O Comando rejeitou as propostas. Mais uma vez, os bancos não apresentaram nenhuma resposta sobre aumento real ou outras reivindicações.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, “a intensificação da mobilização será a resposta organizada a esta tentativa de ataque dos banqueiros, que ao que tudo indica parece abandonar quaisquer compromissos com a responsabilidade social, incorrendo em absurdos para perseguir as margens de lucro, às custas dos direitos dos trabalhadores.”
Na terça-feira, os representantes da Fenaban apresentaram uma proposta de reduzir em até 48% a PLR. Agora, no encontro realizado nesta quinta-feira, o cenário piorou. Os bancos propuseram a retirada de um direito da categoria já conquistado: a 13ª cesta de alimentação. Também querem reduzir de 55% para 50% o valor da gratificação por função, direito estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
“Essa postura da Fenaban de insistir na retirada de direitos é um total desrespeito aos pactos históricos, que por quase três décadas, a partir de entendimentos e acordos, consolidaram hoje a Convenção Coletiva dos Bancários. Afinal, o sistema financeiro atravessa a crise, diferentemente de outros setores da economia, apresentando lucro e sendo hiper conservador nas provisões que esconde e muito os já bons resultados consolidados,” aponta Kleytton.
Perdas
De acordo com cálculos do Dieese, com as propostas apresentadas pela Fenaban na terça-feira (18) e nesta quinta-feira (20), o salário médio do bancário teria uma perda anual de R$ 13.282,57, levando-se em conta as reduções da gratificação por função, a 13ª cesta e a PLR. A expectativa para a reunião desta quinta era de que a Fenaban apresentasse sua proposta econômica, sobre a reivindicação de aumento real de salário da categoria.
“Cobramos uma proposta global, com reajuste, PLR, vales, saúde e condições de trabalho, emprego”, disse Juvandia. O Comando Nacional da categoria espera que nesta sexta-feira (21), na nova rodada de negociação, a Fenaban finalmente apresente suas propostas para a pauta econômica dos bancários, definida em uma minuta aprovada em Conferência Nacional, no final do mês passado.
Para a presidenta da Contraf-CUT, a Fenaban se alinha com o governo Bolsonaro na retirada de direitos dos trabalhadores. “Sabemos que a pauta de retirar a 13ª cesta vem do governo Bolsonaro, vimos isso nos Correios. Eles jogaram os trabalhadores dos Correios para a greve. Querem o mesmo dos bancários?”, questionou Juvandia.
Assembleias
O Comando Nacional da categoria se reuniu após a negociação desta quinta-feira e, além de rejeitar as propostas dos bancos, vai preparar um calendário de mobilização dos bancários em todo o país, a começar pela preparação de assembleias nas bases, marcadas para a terça-feira (25).
Próximas rodadas de negociação:
• Dia 21/08 – 11h
• Dia 25/08 – 14h
• Dia 26/08 – 14h
• Dia 27/08 – 14h
• Dia 28/08 – 11h
Da Redação com Contraf-CUT
