Na segunda rodada de negociação após a fusão, a Contraf/CUT entregou nesta terça-feira a pauta de reivindicações dos bancários de Itaú e Unibanco com vistas à preservação do emprego e dos direitos. Os dois bancos concordaram com algumas das 15 demandas, mas continuam se recusando a colocar no papel o compromisso público que assumiram seus presidentes de que não haverá demissões ou fechamento de agências. A Contraf/CUT lançará no próximo dia 17 uma campanha em defesa dos empregos e direitos.
"Nós já demos diversas sinalizações de que acreditamos ser possível fazer um processo negociado em que todas as partes ganhem, inclusive os bancos. No entanto, as empresas não trouxeram grandes avanços nessa reunião para tranqüilizar os bancários", avalia Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf/CUT e funcionário do Itaú. "Agora é a hora de entrar com toda a força nessa campanha em defesa do emprego para mostrar aos banqueiros que com o emprego das pessoas não se brinca", sustenta.
A Contraf/CUT divulgará em breve a arte de camisetas, cartazes e outros materiais para uma campanha em nível nacional em defesa do emprego e dos direitos de todos os bancários. As mobilizações fazem parte de uma campanha internacional lançada em toda a América Latina pela UNI América Finanças e pelo Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSC) para combater as possíveis demissões que possam ocorrer por conta da crise financeira internacional. A campanha foi decidida durante a 4ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada na sede da Contraf/CUT nos dias 20 e 21 de novembro
Reivindicações
A pauta de reivindicações foi discutida no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais, realizado em São Paulo, nos dias 17,18 e 19 de novembro. Depois disso, uma reunião entre as Comissões de Organização dos Empregados dos dois bancos unificou as demandas, levando ao documento entregue ao banco.
Os bancos atenderam algumas das reivindicações dos trabalhadores, com destaque para a suspensão de novas contratações, inclusive de estagiários. Também foi suspenso o programa a Menor Aprendiz. Os negociadores do banco também afirmaram a possibilidade de contratação de estagiários, o que ainda será avaliado. Outro ponto positivo foi o compromisso de criação de um centro de realocação para aproveitar os funcionários excedentes de áreas em que haja sobreposição dentro das empresas.
Sobre a criação de um programa de antecipação de aposentadorias, o banco disse que é uma possibilidade, mas que ainda não tem nenhum estudo sobre a necessidade ou eventual impacto da medida para manter postos de trabalho.
Internacional
Durante a negociação, a Contraf/CUT entregou à direção do Itaú um dossiê elaborado pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores do Banco Itaú, do Chile, denunciando práticas anti-sindicais utilizadas pela empresa para inibir a organização de seus trabalhadores. Demissão de dirigentes sindicais, discriminação nas políticas de avaliação e aumentos maiores para os trabalhadores não sindicalizados são algumas das práticas denunciadas pelo documento.
Fonte: Contraf/CUT
