Bancários assinam nova Convenção Coletiva de Trabalho e novos acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa

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Os representantes dos bancários assinaram nesta sexta-feira, em São Paulo, a nova Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e os Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) dos funcionários do Banco do Brasil e dos empregados da Caixa Econômica Federal.

Tanto a CCT quanto os acordos específicos dos dois bancos públicos foram aprovados em assembleias realizadas pelos sindicatos em todo o país, após dois meses e meio de duras negociações, e têm vigência até 2024. Em Brasília, mais de 12.500 bancários e bancárias participaram da votação eletrônica, que durou 24 horas (de 19h da quarta às 19h da quinta).

Para 2022, traz reajuste de 8% nos salários, aumento de 10% nos vales alimentação (VA) e refeição (VR), além de um adicional de R$ 1.000,00 em vale alimentação, a ser creditado até outubro deste ano. A proposta também prevê reajuste de 13% para o teto da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) neste ano e, para 2023, aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.

O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, representou a entidade na cerimônia de assinatura, na capital paulista. “Trago na bagagem os instrumentos à defesa dos direitos da categoria, preservados e fortalecidos a partir de acréscimos, como a conquista e o aprimoramento do direito ao teletrabalho, dos instrumentos para enfrentamento dos assédios moral e sexual e do combate às metas abusivas e desumanas, causa verdadeira das mazelas que tornam o ambiente bancário em algo insustentável, porque tóxico”, resumiu Kleytton. “O bom combate foi travado”. Confira mais no vídeo abaixo:


Caixa

O ACT dos empregados da Caixa prevê a manutenção de todos os direitos e traz avanços importantes, como o acordo de teletrabalho e a criação do grupo para discutir as condições de trabalho.

“Foram mais de dois meses de negociações, da entrega da minuta até a assinatura do acordo. Só com a Caixa foram 12 rodadas de muitos debates e propostas. Houve momentos tensos, com risco de perda de direitos, como de alívio, quando os representantes da empresa acenaram com a manutenção dos principais termos do acordo que venceu em agosto deste ano”, afirma Antonio Abdan, secretário-geral do Sindicato e integrante da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa), Antonio Abdan. “Foi uma campanha gigante, como gigante é a categoria bancária, a mais organizada deste país. Parabéns a todos que participaram desse processo”.

Banco do Brasil

“Além da manutenção de direitos, como os atuais três ciclos avaliatórios para descomissionamento, que o banco queria reduzir a apenas um, o novo ACT dos funcionários do Banco do Brasil também contém avanços importantes para os trabalhadores”, explica Maria José Furtado, secretária de Mulheres do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, reforçando a conquista que isso representa diante do cenário político e econômico extremamente complexo e adverso em que se deram as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022.

“No ACT do Banco do Brasil, trouxemos um avanço muito importante que era cobrado desde 1998 nos congressos de funcionários, que é a possibilidade de alteração da tabela PIP. É um incremento na reserva matemática individual, pensando no benefício futuro”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“Também conseguimos manter direitos. O Banco queria reduzir o ciclo avaliatório da GDP (Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas) para um único semestre e nós não aceitamos. Mas é importante que o bancário do BB entenda que só conseguimos avançar e evitar esta redução devido a unidade da categoria, que negocia em mesa única, que reúne bancos privados e públicos. Quando o BB se recusou a negociar, o Comando Nacional dos Bancários disse que somente haveria acordo se o Banco do Brasil desistisse de retirar direitos dos trabalhadores. E foi isso que fez o banco recuar e nos ajudou a superar o desafio da GDP”, completou.

Da Redação com Contraf-CUT