Bancários aprovam minuta de reivindicações

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Categoria reivindica aumento real de 5% (inflação + 5%) e também aprovam a inclusão na minuta de uma cláusula para regular o teletrabalho

A histórica 22ª Conferência Nacional dos Bancários, a primeira realizada por videoconferência, foi encerrada na noite deste sábado (18), após uma série de debates, que culminou com a aprovação da minuta de reivindicações e do plano de lutas da categoria.

“Tivemos muito trabalho para realizar esta conferência totalmente virtual. Foi uma experiência diferente, de muito aprendizado. Conseguimos realizar uma excelente conferência, com debatedores que acrescentaram muito na leitura da conjuntura, assim como para elaborarmos e aprovarmos nossa minuta de reivindicações, que agora devem ser aprovadas em assembleias a serem realizadas pelos sindicatos da categoria em todo o país nesta segunda e terça-feira (20 e 21/7)”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, “numa avaliação preliminar sobre a 22ª Conferência Nacional dos Bancários, reconhecemos a imensa capacidade da unidade da categoria para enfrentar uma conjuntura extremamente complexa e brutalmente desafiadora. A categoria bancária, ciente do imenso desafio que tem à frente, embala-se e amplia o horizonte da luta confluindo pautas corporativas às de defesa da sociedade ampla.”

“Na peleja, a caminhada continua – e a partir dos eixos que sustentam os contornos da minuta aprovada na Conferência Nacional, com as propostas apresentadas pelas bases sindicais de todo o país, conformando o processo democrático e didático participativo da categoria, é hora de aprovar a minuta em assembleia convocada para esta segunda e terça-feira, 20 e 21 de Julho, após o que as reivindicações serão apresentadas à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quinta-feira (23), às 14h30”, acrescentou.

“Parabenizo a categoria que atendeu ao chamado da direção do Sindicato e teve uma participação muito significativa desde as etapas da consulta nacional aos congressos e a conferência regional. Obrigado pela confiança. Sem dúvida, faremos a diferença”, destacou o presidente do Sindicato.

Índice

Depois do debate sobre as propostas, os delegados aprovaram a reivindicação de reajuste composto pela inflação mais 5% de aumento real sobre os salários e todas as cláusulas econômicas.

Home office

A 22ª Conferência também aprovou a inclusão na minuta de uma cláusula para regular o trabalho home office, que não pode ser imposto pelo banco, para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos empregadores, assim como o fornecimento dos equipamentos de trabalho e ergonômicos.

A cláusula também proíbe que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas, à exceção do vale-transporte/combustível, que deve ser fornecido com valor proporcional aos dias de comparecimento do trabalhador ao banco, definindo que estes tenham de realizar suas atividades no próprio local de trabalho, pelo menos, uma vez por semana.

“Foi importante a aprovação da inclusão desta cláusula, para impedir que os bancos decidam, unilateralmente, colocar os trabalhadores em trabalho remoto e não se responsabilizem, por exemplo, pelos custos e fornecimento de todos os equipamentos necessários, inclusive mesas e cadeiras ergonômicas, para evitar o adoecimento dos trabalhadores, o corte de benefícios ou a redução dos rendimentos devido”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

Metas abusivas

A Conferência também aprovou uma proposta para que seja feita uma atualização da cláusula que trata sobre o estabelecimento e a cobrança de metas pelos bancos, uma vez que um dos eixos da campanha será a luta pela saúde e por melhores condições de trabalho para a categoria.

Outros eixos

A campanha terá como prioridade a manutenção dos empregos e dos direitos, a defesa dos bancos públicos e o reajuste do valor da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) pelo mesmo índice da campanha.

“Mais uma vez a categoria, entendendo a gravidade do momento, enlanguesce o horizonte da luta e abraça a bandeira contra o desmonte do estado brasileiro e dos empregos ao defender as instituições públicas, articulando nacionalmente diferentes stakeholders na preservação e fortalecimento dos bancos públicos e outras instituições públicas sem as quais a tarefa da plena democracia é mera quimera”, destaca Kleytton Morais.

Demais cláusulas

As demais cláusulas hoje presentes na CCT foram mantidas na minuta de reivindicações.

Moções

Os delegados também aprovaram cinco moções. Uma em solidariedade às famílias das vítimas da Covid-19; uma contra o racismo estrutural e pelo fim da violência policial; uma de repúdio ao Santander; e uma de apoio ao meio ambiente, aos povos indígenas e aos quilombolas.

Resoluções

Também foram aprovadas três resoluções. Uma em defesa dos bancos públicos; uma para conclamar dirigentes e militantes sindicais a realizar um efetivo engajamento nas eleições 2020, e uma pelo Fora, Bolsonaro!

Da Redação com Contraf-CUT