Balanços sinalizam novos lucros recordes dos bancos em 2006

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Já no primeiro trimestre de 2006, o setor bancário dá sinais de que este deve ser mais um ano de lucros recordes. O balanço trimestral dos principais bancos do país – Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Unibanco – registrou um expressivo crescimento de 56,3% do lucro líquido, segundo estudo da Subseção Dieese do Sindicato de Brasília.

Entre os cinco maiores, o BB apresentou um resultado atípico (ativação de R$ 1,9 bilhão de créditos tributários decorrentes de ajustes contábeis) e, só por isso, registrou o maior crescimento. Com um lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, o maior banco brasileiro quase triplicou o resultado contabilizado nos primeiros três meses de 2005 (R$ 965 milhões).
O Bradesco obteve o segundo maior lucro (R$ 1,53 bi). No entanto, considerando o resultado isento de ajustes excepcionais, o Bradesco registrou o maior lucro trimestral da história do setor bancário, projetando uma rentabilidade anualizada de 33,6% praticamente oito vezes a inflação prevista para 2006, estimada pelo mercado em 4,20%. Assim, os donos do banco recuperam todo capital próprio investido no período de três anos, podendo até mesmo criar um outro Bradesco de porte similar.
Ativos chegam a quase R$ 1 trilhão
O ativo total dos cinco bancos cresceu 12,2%, alcançando R$ 929,0 bilhões — o que representa mais da metade do ativo total do setor, que contava com 135 instituições bancárias ao final de 2005. Dos R$ 929,0 bi, os bancos destinaram, em média, 34,1% para operações de crédito. O BB, o Bradesco e o Itaú registraram a maior participação do crédito sobre o ativo total, com 38,1%, 39,0% e 39,2%, respectivamente. Já a Caixa é portadora da maior carteira de títulos públicos da rede bancária, em valores relativos, comprometendo 49,9% do ativo total da instituição.
Em média, segundo o estudo da Subseção do Dieese do Sindicato, a carteira de crédito desses bancos expandiu 22,2%. As operações com títulos públicos cresceram 21,3%, permanecendo à frente do crédito, com uma participação de 42,8% do ativo total. A dinâmica do crédito é resultado do vigor dos empréstimos consignados, contraídos pelos trabalhadores da iniciativa privada e do setor público mais os aposentados e pensionistas. Em fevereiro de 2006, o crédito consignado em folha de pagamento somava R$ 34,2 bilhões contra R$ 21,4 bilhões no mesmo mês de 2005.
Novas estratégias
Além disso, no crédito direto ao consumidor (CDC) o setor bancário inaugurou novas estratégias de atuação, realizando várias parcerias com estabelecimentos comerciais e intensificando os processos de fusão entre bancos e financeiras. É justamente nesse segmento e nas operações com pequenas e médias empresas que o setor cobra as mais elevadas taxas de juros.
Novamente, os bancos elevaram suas receitas tanto nas operações de crédito como nas aplicações com títulos públicos — 18,4% e 14,7% respectivamente. Mas, ao excluir o desempenho negativo das operações de títulos públicos do Bradesco, que caiu 36,7%, o resultado dessas aplicações nos demais bancos cresceu em média 27,6% superior ao crescimento das receitas do crédito. Uma parcela expressiva dos títulos públicos é remunerada pela Taxa Selic que, em valores reais (descontada a inflação), permanece em nível elevado, em Além disso, no crédito direto ao consumidor (CDC) o setor bancário inaugurou novas estratégias de atuação, realizando várias parcerias com estabelecimentos comerciais e intensificando os processos de fusão entre bancos e financeiras. É justamente nesse segmento e nas operações com pequenas e médias empresas que o setor cobra as mais elevadas taxas de juros.
Novamente, os bancos elevaram suas receitas tanto nas operações de crédito como nas aplicações com títulos públicos — 18,4% e 14,7% respectivamente. Mas, ao excluir o desempenho negativo das operações de títulos públicos do Bradesco, que caiu 36,7%, o resultado dessas aplicações nos demais bancos cresceu em média 27,6% superior ao crescimento das receitas do crédito. Uma parcela expressiva dos títulos públicos é remunerada pela Taxa Selic que, em valores reais (descontada a inflação), permanece em nível elevado, em relação àquele do primeiro trimestre de 2005, apesar da trajetória de queda nominal, iniciada em setembro daquele ano, por isso, os bancos seguem batendo novos recordes. Além disso, o spread bancário (diferença entre os juros que remuneram os depositantes e os que são cobrados dos devedores) não cedeu diante da flexibilidade da política monetária e, como dito, a maior parte do crédito concentra-se nas modalidades que cobram as taxas de juros mais elevadas.
Por fim, a terceira maior fonte de lucro continua sendo as receitas de prestação de serviços (tarifas bancárias). Juntos, esses bancos arrecadaram R$ 7,933 bilhões de seus clientes, na prestação de serviços – um crescimento médio de 17,9%. Com isso, essas receitas excederam o conjunto das despesas de pessoal dos cinco bancos (R$ 6,357 bilhões), cujo crescimento foi de 17,4%.
Dos cinco bancos, a Caixa é o único em que as despesas de pessoal ainda são maiores do que as receitas de prestação de serviços, pois enquanto essas receitas cresceram 15,8%, aquelas despesas aumentaram 24,6% ¾ esse foi o maior crescimento entre os bancos citados. Por outro lado, o Banco do Brasil registrou o menor crescimento nessas despesas (3,8%). Nas receitas de prestação de serviços, o maior crescimento foi registrado no Bradesco (22,8%), seguido pelo Banco do Brasil (18,5%).