Artigo de Rodrigo Britto: Não somos invisíveis. Existimos e exigimos respeito!

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Faz um pouco mais de um mês, desde 7 de abril, que acelero a Kombi 1997 de minha família pela zona rural, periferias e centro do Distrito Federal e Entorno buscando contribuir na realização dos cadastros de pessoas que necessitam do Auxílio Emergencial ao Cidadão.

Ao realizar este trabalho solidário com meu caderninho de anotações, celular e novas ferramentas fundamentais, máscaras e álcool em gel, me deparei com realidades que mostram o descaso do Estado com uma parcela da população considerada invisível para nossa sociedade.

Pessoas em situação de rua sem nenhum tipo de documento, vivendo em áreas isoladas sem acesso à internet ou o mínimo de informações, com dificuldades para compreender como funciona o aplicativo para solicitar o benefício e, muitas vezes, sem saber escrever e ler eram a realidade da maioria de nossos atendimentos.

A cada dia, com muita dedicação e apoio de companheiros da Caixa, conseguíamos superar as dificuldades apresentadas e concluir a solicitação do Auxílio Emergencial ao Cidadão. Agora estes invisíveis terão condições de receber entre R$600 e R$1.200 durante a fase mais crítica da pandemia do Covid 19. Isto era o que eu, militantes do Sindicato dos Bancários, Sindsep, Sinpro, CUT e tantas outras pessoas que voluntariamente praticavam tal solidariedade esperávamos e, infelizmente, não aconteceu.

Foto: agência da Caixa de Planaltina / por Washington Henrique
 

O descaso e negligência do Governo Bolsonaro faz com que aproximadamente 14 milhões de brasileiros não tenham resposta para a análise de seus processos. Além disto, há 32,77 milhões de CPFs considerados inelegíveis. A omissão do Governo Federal em apresentar alternativas para garantir o pagamento do benefício deixa milhões de famílias com fome e na miséria. Bolsonaro, nosso povo existe e exige respeito. Pague o Auxílio Emergencial ao Cidadão!

Rodrigo Britto é natural de Brasília, funcionário do Banco do Brasil, presidiu o Sindicato dos Bancários (2007/2013) e a Central Única dos Trabalhadores de Brasília (2012/2019).

Artigo publicado no Jornal Brasil Popular