Arpillera: Oficina de arte chilena faz sucesso no Sindicato

0

A oficina de Arpillera, técnica de bordado chilena, promovida pelo Sindicato, foi encerrada nesta terça-feira (5) com um gostinho de quero mais. Durante cinco terças-feiras consecutivas, cerca de 20 participantes — bancárias, funcionárias e diretoras da entidade sindical – tiveram a oportunidade de, além de aprenderem os primeiros passos do trabalho realizado em telas rústicas, interagirem e conhecerem um pouco mais sobre a cultura de resistência da população do Chile.

“As aulas foram um sucesso. E é um orgulho fazer parte desse projeto”, comentou a secretária de Mulheres do Sindicato, Zezé Furtado, que lembrou do momento difícil que o povo do Chile está passando: “A realização desse curso foi uma forma de nos solidarizarmos através da arte com nossos companheiros chilenos”.

Zezé informou que no começo do ano que vem será realizado o segundo módulo do curso. E também haverá uma exposição, no foyer do Sindicato, dos trabalhados desenvolvidos durante a oficina.

Conteúdo social

Facilitadora da oficina, a artista chilena Inés Fuentes esclareceu que bordar uma peça de Arpillera, que tem conteúdo social, é uma forma de expressar sentimentos, emoções, ideais, sonhos e conceitos por meio da combinação de cores, formas e conceitos, ou seja, é o registro de cenas marcantes do cotidiano de uma população. “Após a definição do tema, cada um faz o bordado da forma que o vê”.

Inés destacou a iniciativa do Sindicato e comentou que no início do curso teve um pouco de receio porque ela ainda não havia feito esse trabalho com brasileiros. “Porém, a acolhida foi maravilhosa, houve muita receptividade de todos e, com certeza, quero repetir essa experiência”, garantiu.

Homenagem a Gabriela Mistral

Em março, a Embaixada do Chile vai sediar uma exposição da técnica Arpillera, que tem como tema um poema de Gabriela Mistral. A poetisa foi educadora, diplomata e feminista chilena, agraciada com o Nobel de Literatura de 1945. Ela vivia em uma cidade pequena do Chile e, sempre contestadora, defendia os mineiros e o povo em geral.

Os temas centrais nos poemas de Gabriela são o amor de mãe, memórias pessoais dolorosas, mágoa e um interesse mais amplo por toda a humanidade. Entre seus poemas destacam-se: ‘Gotas de Fel’, ‘Eu Não Sinto a Solidão’ e ‘Dá-me Tua Mão’.

“Tenho um grande respeito por essa mulher, que veio de uma família humilde e nunca esqueceu suas origens. Através dela, estamos homenageando todas as professoras do mundo todo”, comentou Inés.

As homenagens às mulheres ‘marcantes’, feitas através do projeto, começaram com Violeta Parra, primeira artesã a expor as suas criações no Museu de Louvre. Ela se referia ao seu trabalho artesanal como ‘canções que se pintam’. Cantora e violinista desde os nove anos, a artista ingressou na carreira musical aos 15, após a morte do pai.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília