24ª Conferência: Lutar pelo Brasil que a gente quer e pelos direitos dos bancários

Debates em torno dos anseios da categoria e da conjuntura nacional deram a tônica ao plano de lutas e à minuta de reivindicações aprovada na 24ª Conferência Nacional dos Bancários

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Representantes da categoria bancária de todo o país aprovaram, neste domingo (12), no encerramento da 24ª Conferência Nacional dos Bancários, o plano de lutas e a minuta de reivindicações que será apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que se dê início às negociações da Campanha Nacional 2022.

> Nesta terça (14), bancários de Brasília deliberam em assembleia sobre reivindicações da Campanha Nacional 2022

“Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros astronômicos aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao lembrar que o lucro somado dos cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou R$ 27,6 bilhões entre o final de março de 2021 e o final de março de 2022, crescimento de 17,5% no período.

“Mas, neste contexto de pandemia, as questões relacionadas à saúde do trabalhador também terão destaque nesta campanha”, completou.

“Terminada a 24° Conferência Nacional dos Bancários e Bancárias, após um longo e intenso processo de construção, resultado dos debates estimulados nas federações e sindicatos de todo o Brasil, saímos daqui com um conjunto de compromissos e atividades que resultarão em um plano de ação que será submetido à assembleia. Agora, é a vez de vocês, nossos colegas bancários, apreciarem a minuta que foi construída nesse encontro. Minuta essa que passa tanto pela manutenção dos direitos quanto também pelo processo de denúncia da estrutura de organização de resultados que se coaduna numa estrutura violenta, que coloca o assédio moral como prática de gestão para alcance dos resultados. Da mesma forma, a necessidade imperiosa de fortalecermos as bandeiras dos bancos públicos. Os bancos públicos serão determinantes no próximo período para reconstrução do país, e nós, bancários e bancárias, não podemos titubear com relação ao papel que teremos nessa construção que se inicia em outubro. A tarefa de recuperar e de tirar 30 milhões de pessoas da linha da pobreza e de consolidar e recuperar os nossos direitos será uma tarefa árdua e que precisa do nosso posicionamento determinante”, explica o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

De acordo com o dirigente sindical, “ao longo desses dias de encontro, vimos também o quão inconsequente é a postura do sistema financeiro nacional, que em quaisquer conjunturas lucra e supera as estatísticas de resultado. A pandemia, avaliada a partir da ótica do Congresso, mostrou isso, um conjunto de precarização acentuado da categoria bancária, num processo de substituição de contratos de trabalho com estabilidade de direitos por subcontratos, por pejotização e agentes autônomos de vendas”.

“Apenas de 2021 a 2022, por exemplo, foram mais de 160 mil novos postos de trabalho criados no ramo financeiro, mas que, na verdade, é um processo de transmutação e precarização das funções de trabalho. E nós, trabalhadores organizados, temos essa tarefa dr solidariedade e autopreservação. E é nossa tarefa reorganizarmos dentro de uma dinâmica mais ampliada o sistema financeiro. Portanto, participe das assembleias, venha mobilizar e filie-se ao Sindicato”, sublinhou.

“Temos muito a fazer e precisamos de cada um e cada uma de vocês”.

Anseios da categoria

Os anseios da categoria, tirados a partir de debates nas bases em todo o país e embasados na Consulta Nacional à categoria, que contou com mais de 35 mil participações, mostrou necessidade da luta para a construção de um Brasil sem fome, com equidade, emprego digno e salário justo, mais investimentos em saúde e educação, democracia, soberania e que valorize suas empresas estatais e bancos públicos.

“As reivindicações da categoria são importantes, mas a consulta nos mostrou também que bancárias e bancários também estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

Dados da Consulta Nacional aos Bancários apontam que 84,3% da categoria acha muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante.

Reivindicações aos bancos

O conjunto cláusulas da minuta de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2022 foi aprovada por 99,1% das delegadas e delegados da conferência. Entre os pontos que foram votados separadamente, foi aprovada a reivindicação de aumento real de 5% de nos salários e demais cláusulas econômicas (INPC + 5%) e aumento maior para os vales refeição e alimentação.

Assembleias

A minuta de reivindicações e as resoluções aprovadas pela 24ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro serão analisadas em assembleias a serem realizadas por sindicatos dos bancários em todo o país nesta segunda (13) e terça-feira (14) e, após aprovada, será entregue à Fenaban na quarta-feira (15). O Sindicato realiza assembleia nesta terça. Saiba mais aqui.

Da Redação com Contraf-CUT